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Material de construção: preço menor
Valéria Thomé
Do Diário do Grande ABC
28/11/2006 | 23:04
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Os preços dos materiais de construção estão mais baratos ou no mínimo tiveram um aumento abaixo da inflação neste ano. O resultado é que o consumidor, especialmente o das classes C e D, está comprando mais pisos, revestimentos, azulejos, entre outros produtos, para efetuar pequenas reformas em casa ou mesmo construir.

Esse aquecimento se deve, principalmente, ao pacote de medidas lançado pelo governo federal no início do ano que reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os produtos do setor, o que barateou, conseqüentemente, os preços. Também relevante para o aquecimento foi o incentivo dado pelo governo aos bancos federais e estaduais à abertura de crediário a juros baixos para construção e reforma.

Além disso, o governo do Estado de São Paulo reduziu, em janeiro, o ICMS de 18% para 12% sobre louças sanitárias e revestimentos cerâmicos. Isso facilitou a compra de mercadorias no próprio Estado de São Paulo, influindo no preço do produto para o consumidor. “Todos esses fatores impulsionaram o mercado de construção, que há anos registrava um decréscimo”, analisa o diretor de marketing da rede varejista Dicico, Carlos Roberto Corazzin.

Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), confirma que alguns produtos tiveram realmente preço reduzido no período de 12 meses, em relação ao mesmo período anterior. “O preço da tinta diminuiu 3%, do tubo de PVC rígido, 11%, do aço e da massa corrida, respectivamente, 4% e 6%, e da telha de fibrocimento de 6 milímetros, 5,5%. Além disso, o preço do granito caiu 7%.”

Na Dicico, alguns produtos também abaixaram de preço, como o cimento, que em 2005 custava R$ 17,18 (saco de 50 quilos) e hoje vale R$ 11,12. Outros itens simplesmente não subiram muito de preço. “É que, graças à diminuição do IPI e também ao valor do dólar, os produtos não aumentaram segundo a inflação”, explica Corazzin.

O quadro não é diferente na Copafer, loja do setor de construção civil em Santo André. De acordo com o gerente da loja, José Geraldo da Silva Filho, o cimento Votoran, que custava cerca de R$ 15,90 em 2005, vale hoje R$ 12,99. Já os pisos cerâmicos e revestimentos ficaram estáveis em relação a 2006.

Crediário – A exemplo do governo federal, a Prefeitura Municipal de São Bernardo também está investindo no setor de construção. Segundo Delson Santos, gerente de vendas da loja da Dicico na cidade, o governo municipal abriu um crediário no Banco do Povo, que fica no Poupatempo, há cerca de dois meses. “A pessoa pode pedir emprestado R$ 5 mil, por exemplo, e pagar em até 42 vezes sem juros”, explica.

Produtos cerâmicos, como pisos, revestimentos, azulejos e esquadrias, foram os mais vendidos durante o ano. Em geral, 40% das vendas ocorrem no primeiro semestre do ano, pois as pessoas estão comprometidas com outras despesas, como IPTU, IPVA e material escolar.

No segundo semestre, esse índice sobe para 60%. Já em outubro, novembro e dezembro, segundo as redes e lojas do setor, a procura por tintas aumenta significativamente porque as pessoas querem preparar a casa para o fim do ano.

No entanto, na Dicico do Grande ABC, esse aquecimento ainda não aconteceu. De acordo com Santos, a loja em São Bernardo aposta no pagamento do 13º salário para alavancar o consumo nesse fim de ano.




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