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Justiça deve declarar autonomia de sindicato de Sto. André
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/02/2003 | 20:17
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Depois de sete anos, pode chegar ao fim uma disputa judicial travada entre representantes da Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Grande ABC. Decisão da 3ª Câmara Civil de Direito Privado, que deverá sair nesta terça-feira, dia 18, deverá reconhecer a autonomia do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, da Força, em relação ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT. O reconhecimento nessa instância já é uma certeza, já que dos três votos de desembargadores, dois já foram dados a favor da autonomia. O terceiro será emitido na terça.

Embora ainda seja possível se recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a decisão é considerada uma vitória para a entidade sediada em Santo André, que poderia ter representatividade de fato e de direito pela base de 15 mil metalúrgicos – dos quais 60% seriam associados – daquelas quatro cidades, que estão distribuídos em 710 empresas. Fundado em 1933, esse sindicato é um dos mais antigos da região. Em 1993, houve a fusão com o de São Bernardo e Diadema, que passou a se chamar do ABC. Três anos depois, iniciou-se um processo de questionamentos em relação a essa união, segundo o diretor da entidade ligada à Força, Adonis Bernardes.

Para o dirigente, as divergências surgiram na época em função da diferença das bases. “São Bernardo tem grande concentração de montadoras, já aqui (em Santo André), há autopeças e fabricantes de eletroeletrônicos, muitas delas micro, pequenas e médias empresas. Durante três anos (1993 a 1996), a nossa base não teve um acompanhamento à altura, o que levou à separação”, disse.

Nos últimos sete anos, houve muitas disputas na Justiça. “O de São Bernardo havia entrado com ação declaratória para que fosse reconhecida sua representação na nossa base. Entramos com medida cautelar e temos trabalhado nos últimos anos por meio de liminares”, afirmou Bernardes. “A vitória no tribunal consagra o ressurgimento do sindicato de Santo André, que vai existir de fato e de direito”, acrescentou. Procurado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que só vai se manifestar sobre a questão após a decisão daquele tribunal, quando definirá se entrará com recurso ou não.

Para o diretor da entidade com sede em Santo André, a conquista poderá ser importante para os próprios dirigentes, para ampliar as conquistas da categoria e para os empresários, já que “se desfaz a dupla representatividade e não haverá mais dúvidas sobre quem comanda a base”.

Coferraz – O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André é questionado na Justiça por um suposto desvio de R$ 1,7 milhão em recursos pertencentes à massa falida da antiga Coferraz, parte dos quais poderia significar pagamento de indenizações aos 1,6 mil ex-funcionários daquela companhia.




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