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Vietnã tem contrastes encantadores
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
Com AJB
26/03/2003 | 20:05
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A natureza exuberante mistura-se com templos milenares, arquitetura colonial francesa, infinitos campos de arroz, rios e praias deslumbrantes. Assim é o Vietnã, terra de contrastes encantadores, porém ainda timidamente contemplados pelo turista latino-americano. Reconstruído das cinzas, depois de uma guerra de anos de destruição, o país exala um charme tradicional e uma rara beleza. A intervenção militar dos Estados Unidos nos conflitos vietnamitas entre os anos de 1965 e 1972, no entanto, é sentida até hoje, a exemplo das extensas áreas agrícolas e de floresta ainda não recuperadas dos bombardeios norte-americanos com o desfolheante químico agente laranja, e da infinidade de crianças que ainda nascem mutiladas como conseqüência dos ataques químicos.

O nome Vietnã vem da junção das palavras viet (denominação dada ao grupo étnico majoritário) e nam, que significa Sul no idioma nacional. Variedade de grupos étnicos e tendências religiosas, aliás, é o que não falta no país. A começar pelo próprio budismo vietnamita, praticado pela maioria da população. Também conhecida como religião tríplice, esta filosofia alia conceitos do budismo ao taoísmo, confucionismo e crenças antigas, dando origem a uma verdadeira miscelânea de tendências.

Ho Chi Minh City, antiga Saigon, lembra mais uma metrópole ocidental, com poluição visual e tráfego infernal. Milhões de motos e bicicletas, além de alguns poucos carros, transformam a vida do pedestre numa armadilha. Os sinais pouco contêm o impaciente vietnamita, louco para acelerar a moto e seguir em frente sem respeitar as leis de trânsito. A cidade é uma das mais prósperas e visitadas do Vietnã, não só pela história da longa guerra mas, principalmente, devido às ricas tradições culturais de seu povo, seus templos e suas construções de influência francesa, quando ali ainda era a Cochinchina – a cidade foi tomada por franceses em 1859 e a Cochinchina, como era conhecida a parte sul do país, tornou-se capital da colônia francesa, que se chamava União da Indochina.

Fatos históricos da colonização francesa podem ser conferidos no Museu da Cidade de Ho Chi Minh, que ainda conta com maquetes, fotos da libertação de Saigon e objetos curiosos como o gue, espécie de barco a remo, longo e estreito, com um fundo falso para o transporte de armas. Outro acervo que vale uma visita é o do Museu dos Remanescentes da Guerra, que exibe algumas fotos, tiradas pelos próprios norte-americanos, mostrando alguns acontecimentos e as conseqüências das armas químicas utilizadas no conflito.

Visite também os intermináveis túneis Cu Chi, temíveis armadilhas ocultas para os invasores. Utilizados pela primeira vez durante a guerra contra o colonizador francês, estes túneis ultrapassam 40 km de extensão escavados no solo, muitos com mais de três andares subterrâneos. Uma obra magnífica da engenharia.

A cidade também guarda relíquias ancestrais como o Mercado Ben Thanh, o Palácio da Reunificação – antiga residência do governo sul-vietnamita onde os turistas podem, hoje, tirar fotos e até sentar-se na cadeira do ex-presidente – e o pagode (templo asiático de adoração aos deuses) Giac Lam, o mais antigo da cidade, datado de 1744. Cerca de dez monges budistas vivem em Giac Lam, que também guarda influências do taoísmo e do confucionismo.




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