O ex-governador do Rio de Janeiro e presidente de honra do PDT Leonel Brizola afirmou neste domingo que, no episódio de derramamento de petróleo na Baía da Guanabara pela Petrobras, "houve sabotagem". Segundo Brizola, "os indícios sao de que houve sabotagem". O governador afirmou que conversou "na parte técnica, com engenheiros da Petrobras e todos, no fundo, têm esta convicçao de que houve sabotagem para a destruiçao da empresa, a sua desmoralizaçao e assim facilitar a sua venda".

Brizola, que chegou neste domingo à capital gaúcha participar de comemoraçoes do seu aniversário de 78 anos, ocorrido no último dia 22, questionou como a Petrobras iria se enrolar e se desmoralizar com um acidente numa "canalizaçaozinha", quando controla altas tecnologias, como a de perfuraçao em alto mar, exclusividade da empresa.

Segundo o presidente de honra do PDT, outro ponto que o leva a concluir que houve sabotagem é a grande campanha e divulgaçao do acidente. "Se fosse um incidente envolvendo uma das sete irmas (do petróleo), nao estariam caindo em cima da Petrobras como estao. Querem desmoralizar a Petrobras, facilitar a sua venda. Falam da Petrobras de maneira cega, como coisa do demônio", reclamou o ex-governador.

Para ele, "nao é admissível" o tipo de acidente ocorrido. E, além disso, "deveriam ser melhor investigados e divulgados os reais motivos técnicos do vazamento". Brizola comparou o enfoque do vazamento de óleo da Petrobras com a divulgaçao, menos ostensiva, do acidente que envolveu uma das sete irmas (a Exxon) num vazamento muito maior de petróleo há poucos anos no Alasca. "Minha intuiçao e instinto estao dizendo que houve sabotagem. Os noticiários sobre as reais causas técnicas do vazamento sao obscuros".

"É muita coincidência num período em que querem privatizar a Petrobras, e eles nao escondem isso. Tem olho de jacaré, dente de jacaré, couro de jacaré e nao é jacaré ?", questionou Brizola.