Avisos de imprensa, rádio e televisão convocavam esta quinta-feira sigilosamente os opositores nos dias primeiro e 2 de janeiro para a Grande Batalha, deixando entrever que será uma atividade de rua mas sem precisar publicamente os detalhes.
A Grande Batalha se fará "amanhã com uma marcha até os portões do Forte Tiuna para exigir dos militares o cumprimento da decisão do Tribunal que concedeu liberdade plena ao general da Guarda Nacional, Carlos Alfonzo Martínez", detido segunda-feira, precisou à AFP, Jesús Torrealba.
Desde que se iniciou a greve geral em 2 de dezembro passado, a oposição se manifesta quase diariamente e a convocação para a Grande Batalha reavivou os temores de que ela marche até o presidencial Palácio de Miraflores.
A marcha ao Miraflores "não está descartada" e pode ocorrer se houver qualquer manobra jurídica para sabotar o plebiscito convocado para 2 de fevereiro a fim de perguntar ao povo se quer pedir a renúncia do presidente, assinalou Torrealba.
Revolução - O presidente Hugo Chávez afirmou nesta quinta-feira que o dilema da Venezuela é o de uma revolução pacífica ou violenta, para que o país possa alcançar seus objetivos de transformação.
"Não se trata de Chávez ou um banho de sangue, se trata de revolução pacífica ou revolução violenta. Acredito que aí está o dilema", disse Chávez, que assistiu no Brasil à cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto seu país enfrenta uma grave crise, incluindo uma greve geral que paralisou a indústria petroleira.
"Eu já peguei em armas", lembrou o presidente, que no início da década de 90 liderou uma tentativa de golpe. "Naquela ocasião estávamos tentando fazer uma revolução violenta". "Não quero voltar, nem quero que a Venezuela volte ao caminho da violência", afirmou.
"Sou o mesmo Chávez, o mesmo revolucionário, só que não estou combatendo com um fuzil, e sim com uma gravata. Estou aqui sentado com vocês, mas sou o mesmo revolucionário, com a mesma concepção quanto aos objetivos a serem alcançados", disse. Para ele, o conceito de revolução "tem a ver com a transformação socioeconômica da realidade nacional". "Cristo era um revolucionário", afirmou.
Chávez criticou duramente a oposição, que convocou a greve e que defende sua renúncia ao cargo. "São uns fascistas. Adolph Hitler ficaria pequeno diante de alguns dirigentes da oposição. São terroristas", disse Chávez, que considera a greve petroleira "um crime de lesa-humanidade", porque deixa a população sem abastecimento.
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