A pesquisa, apresentada no encontro anual da Associação Norte-Americana para Estudo da Obesidade, buscou encontrar a ligação que especialistas suspeitam existir entre fast food e os assustadores índices de obesidade nos EUA, que agora atinge um entre cada dez crianças e adolescentes americanos.

"Todo mundo está comendo fast food em todos os grupos sócio-econômicos", diz David Ludwig, especialista em obesidade infantil. "Mas se todos estão comendo, por que certas pessoas permanecem magras?", indaga. Sua equipe, do Children's Hospital, de Boston, procurou a resposta mediante uma experiência com voluntários – 26 crianças obesas e 28 de peso normal.

"Coma mais ou menos o que gostaria, até que se sinta saciado" foi proposto às crianças. "Há muita comida disponível e você pode comer quanto quiser." Cada uma começou com um lanche de nugget de frango, batatas fritas, coca-cola e doces, que somavam 2,1 mil calorias. E comeram tudo. Gordas ou magras, as crianças devoraram a comida.

"Eles consumiram mais da metade das calorias que necessitavam para o dia inteiro em cerca de 20 minutos", diz Ludwig. Mas, no fim, os garotos obesos comeram mais. Eles absorveram 67% de suas calorias diárias de uma vez, enquanto os de peso normal ficaram com 57%.

Depois os pesquisadores conferiram quantos adolescentes comeriam mais tarde por conta própria. No dia em que comeram fast food, os garotos obesos consumiram 400 calorias a mais do que ingeriam em casa. Os magros, ao contrário, mantiveram o total de calorias a que estavam acostumados, com ou sem fast food.

Os pesquisadores concluíram que as crianças acima do peso são mais suscetíveis a engordar porque não têm – ou perderam – o mecanismo de compensação que as faria reduzir a alimentação após uma festa no McDonald's.