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Morre o Prêmio Nobel de Literatura Harold Pinter
Da AFP
25/12/2008 | 15:43
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Da AFP


O Prêmio Nobel de Literatura britânico Harold Pinter faleceu aos 78 anos, segundo informou nesta quinta-feira sua esposa, Lady Antonia Fraser. Em uma mensagem eletrônica, a agente de Pinter, Judy Daish, afirmou ainda que o dramaturgo morreu de câncer na quarta-feira e que, em uma data que ainda será decidida, terá um funeral privado e discreto.

Pinter sofria de câncer há vários anos. Fraser disse ao jornal The Guardian: "Era um grande e foi um privilégio viver com ele durante 33 anos".

Entre suas obras se destacam ‘The Birthday Party' (‘A Festa de Aniversário'), ‘The Homecoming' (‘Volta ao Lar') e ‘The Dumb Waiter', que recorrem geralmente às gírias de seu bairro, Hackney, na zona leste de Londres, onde nasceu em 10 de outubro de 1930.

Filho de um alfaiate judeu, Pinter era conhecido pelas posições políticas, como a ferrenha oposição à guerra do Iraque, que o levou a criticar duramente o primeiro-ministro britânico Tony Blair e o presidente americano George W.Bush no discurso de aceitação do Nobel.

Em 2005, Pinter anunciou que deixava de escrever peças de teatro para se dedicar à poesia e fazer incursões na interpretação e elaboração de roteiros.

Depois de receber tratamento por um câncer de esôfago que foi diagnosticado em 2002, voltou aos palcos com críticas por sua interpretação no monólogo de Samuel Beckett ‘Krapp's Last Tape', em Londres em 2006.

O sucesso chegou com ‘The Caretaker', obra que transformou em roteiro cinematográfico para ser filmado em 1963.

Laureado com o Nobel em 2005, o prêmio recompensou um autor que, "em suas obras revela o precipício que se esconde sob a conversa fiada diária e força sua entrada no âmbito fechado da opressão", afirmou o júri da Academia Sueca na ocasião.

"Nascido em 1930 em Londres, Pinter geralmente é considerado o maior expoente do teatro dramático inglês da segunda metade do século XX", acrescentou a Academia.

Aos nove anos, foi retirado de Londres durante a II Guerra Mundial e só retornou à cidade três anos mais tarde. A experiência dos bombardeios permaneceu indelével em sua memória, como admitiu muitas vezes.

Em 1957 estreou como dramaturgo com ‘The Room' . Uma de suas primeiras obras ‘The Birthday Party' ('A festa de aniversário', 1957), inicialmente um fracasso, com o passar dos anos se tornou uma de suas peças mais encenadas.

Sua posição enquanto clássico moderno está ilustrada pela criação, a partir de seu nome, de um adjetivo que descreve uma forma de atmosfera e de um entorno particular nas peças de teatro: 'pinteresque'.

Segundo o comunicado da Academia Sueca há três anos, "no cenário típico de Pinter estão seres que se defendem contra intrusões forâneas ou contra os próprios impulsos, entrincheirando-se em uma existência reduzida e controlada".

"Outro tema principal é o caráter fugitivo e inalcançável do passado", prosseguia a nota de anúncio do vencedor da Academia.

Desde 1973, Pinter também era conhecido como um fervoroso defensor dos direitos humanos.

Além disso, também escreveu novelas radiofônicas e roteiros para cinema e televisão. Entre seus trabalhos mais conhecidos nesta área estão 'The Tailor of Panama' ('O alfaite do Panamá', 2001),' The Handmaid's Tale' (1990), 'Accident' (1967), 'The French Lieutenant's Woman' ('A mulher do tenente francês', 1981), sucesso de crítica com as interpretações de Jeremy Irons e Meryl Streep, ou 'Breaking the Code' (1996).




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