Criado para que profissionais autônomos tenham mais acesso a crédito, um empréstimo coletivo do Banco do Povo Crédito Solidário deve ajudar a impulsionar o volume de financiamentos da instituição no Grande ABC.

Os números demonstram que há boas perspectivas de expansão. Implementado em outubro do ano passado, o formato, chamado Grupo Solidário, registrava em dezembro último 53 contratos ativos. No final de março, já eram 150, quase três vezes mais.

A iniciativa permite a obtenção de recursos de forma compartilhada por vários empreendedores (de quatro a sete, parte dos quais pode ter o nome sujo), que dividem o risco e não têm a necessidade de ter garantias reais ou avalistas.

Além disso há outras vantagens: os empréstimos são feitos para pagamento semanal e, a cada vez que são quitados, há progressividade (pode-se pegar quantias maiores). Com isso, a taxa de 3,9% ao mês é diluída em 0,91% por semana e os valores iniciais de financiamento são pequenos (de R$ 50 a R$ 500).

Por conta da progressividade e das facilidades que oferece, há a expectativa de expansão gradual. Atualmente, a instituição tem 712 clientes ativos e cerca de R$ 717 mil emprestados.

O gerente executivo, Almir da Costa Pereira, avalia que, com a modalidade, há mais chance de pessoas que não tinham acesso ao mercado financeiro obterem crédito. Cerca de 90% dos tomadores de recursos são trabalhadores por conta própria e informais.

A instituição tem ainda ampliada sua atuação. Atende hoje Santo André, com filiais no Centro e nos bairros Vila Luzita e Sacadura Cabral; em Diadema, Ribeirão Pires, no bairro Jardim Silvina, de São Bernardo (em parceria com a Cúria Metropolitana) e em Mauá. Nessa última cidade, deve se transferir em breve do Centro para o Jardim Zaíra.

BNDES - O banco – que é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) – se prepara para pleitear R$ 1 milhão do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). “Trabalhamos para ser auto-suficientes e não demandar recursos do poder público”, disse.

A entidade é uma parceria das prefeituras de Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, com sindicatos de trabalhadores e de empresas, a associação comercial de Santo André e outras entidades.