"Cortaremos na própria carne." Com essa frase, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou ilustrar a posição do seu governo em relação às denúncias de corrupção das últimas semanas. "Tenho uma biografia a zelar, por isso não vamos acobertar ninguém, seja lá quem estiver envolvido", disse Lula, nesta terça-feira, durante seu discurso de abertura do IV Fórum Global de Combate à Corrupção.

O presidente apresentou alguns números como prova de que seu governo não é conivente com os escândalos da sua gestão. "Foram efetivadas 1.284 prisões e 819 pessoas foram formalmente acusadas. Isso inclui políticos, empresários, juízes, servidores públicos discursou, citando especificamente a máfia dos Vampiros e o desvio de recursos da merenda escolar", exaltou Lula.

Lula aproveitou para mandar um recado para a oposição, principal incentivadora das CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios e do 'Mensalão'. "Independentemente do uso político e eleitoral, quero deixar claro que meu governo levará as investigações até as últimas conseqüências. Para isso, jurei a Constituição do Brasil, por isso, sou o principal guardião das instituições deste país", disse.