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Marinho pede a Lula 1 milhão de empregos emergenciais
08/10/2003 | 21:50
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O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, pediu nesta quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de 1 milhão de empregos emergenciais. O sindicalista deixou o gabinete de Lula dizendo que o fim do tempo das vagas magras ainda não chegou. "Nada disso, as vacas não engordaram não. Elas ainda estão magras e ainda vai levar um tempo para elas engordarem. Pode ser que com a chuva, o pasto melhore e as vacas comecem a engordar", ironizou Marinho, que quer que o governo abra frentes de trabalho para reduzir o "desemprego recorde".

Segundo Marinho, que se reuniu por mais de uma hora com o presidente, ao lado de outros oito sindicalistas, a CUT está propondo que sejam criados 1 milhão de novos empregos, nos próximos seis meses, nas áreas de limpeza, saneamento básico e habitação popular. Marinho, que não deu detalhes do plano que teria sugerido ao governo, mas que sugeriu que o dinheiro para este fim saia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), falou de sua preocupação com o atual índice de 13% de desemprego.

"A diferença é que antes esse índice estava em queda e agora estamos preocupados porque atingiu um recorde", disse o presidente da CUT, que reconheceu os esforços que estão sendo feitos pelo governo para a retomada do crescimento. "Só que o resultado dessas iniciativas só poderá ser vistos no final do primeiro semestre do ano que vem e precisamos de oportunidades emergenciais, uma espécie de uma frente de trabalho, para cobrir este período crítico, até chegar lá", comentou Marinho.

De acordo com ele, o presidente fez referência a várias medidas que estão sendo adotadas para melhorar os níveis de emprego, como o microcrédito e seguro safra. "Mas isso não é suficiente porque o emprego vai demorar a aparecer na indústria", afirmou Marinho, que disse que Lula determinou ao Ministério do Trabalho que estude essa proposta e retome as conversas com a Central na última semana de outubro.

Indagado se a CUT não comemorava os índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam que acabou a "recessão técnica", já que a produção da indústria brasileira cresceu 1,5% em agosto, em comparação com julho, Marinho garantiu que a Central comemora sim. "Mas este crescimento, por si só, não resolve de forma automática o problema do emprego. É preciso agregar outras medidas", salientou. Também participaram da audiência os ministros do Trabalho, Jaques Wagner, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.

Em janeiro, o presidente Lula prometeu criar oito milhões de novos empregos até o final do mandato. O Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho registra que o mercado formal criou, nos oito primeiros meses deste ano, 677 mil novas vagas.




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