O Diário reuniu 11 homens de faixas etárias e profissões variadas para um bate-papo sobre o comportamento masculino. Em grupo e separadamente, eles se abriram sobre aspectos do dia-a-dia, sem esquecer de fazerem contraponto com o universo feminino. A seguir, alguns dos temas tratados durante as conversas.

Provedor
"Ganho para o básico e ela, para o recheio."
Do ponto de vista financeiro, os homens lidam bem e até contam com o reforço de renda proveniente da mulher. No entanto, eles contam que se sentem responsáveis pelo sustento da família. Justificam tal postura pela educação que receberam dos pais.

Tarefas do lar
"Sou participativo, mas, confesso: só arregaço as mangas em último caso."
O grupo se divide. Os que estão habituados a ‘dar uma força' em casa o fazem porque aprenderam alguns afazeres domésticos quando moraram sozinhos. Os mais jovens também não têm muitas restrições, embora deixem claro que preferem cuidar das crianças a limpar a casa. Por outro lado, os homens cujas mulheres não trabalham fora, de um modo geral, afirmam que não se sentem treinados e nem confortáveis para lidar com tarefas domésticas.

Chefia feminina
 "Quando ela é competente, é uma ótima chefe, mas quando é insegura, chega a ser tirana."
Não ignoram que a mulher vem alcançando postos de comando. Afirmam que se a emotividade feminina é capaz de animar as equipes, por outro lado pode também passar a sensação de instabilidade. Acreditam que mulheres no comando costumam usar a sedução (em sentido mais amplo do que apenas sexual) como arma para o convencimento de idéias. "Na chefia masculina, o confronto é direto, sem dissimulações."

Na hora da conta
"Não me dói pagar a conta de um restaurante, mas não me ofende se a mulher o fizer."
O grupo se divide: enquanto alguns enxergam em atos de cavalheirismo uma forma de demonstrar afeto e até de atenção, outros vêem como algo antiquado. "Outro dia, puxei a cadeira para uma moça em um restaurante. Sabe o que ela fez? Não percebeu o significado do gesto e se sentou na outra cadeira. Fiquei muito sem-graça."

Mulheres mais, homens menos
 "Elas têm uma necessidade de ouvir que as amamos e por isso querem discutir a relação."
Concordam que a mulher fala mais e ininterruptamente quando quer esclarecer algo. Há quem diga que as mulheres parecem falar mais porque pensam em voz alta! Exemplo é a ‘necessidade' de discutir o relacionamento com o companheiro. Eles se dizem naturalmente mais quietos. "Entre nós, temos mais pausas na conversa, não gostamos de falar exaustivamente."

Futurologia
"Daqui a 20 anos, elas ganharão mais do que nós, então elas é que nos escolherão."
A julgar pelas mudanças sociais, eles imaginam que as mulheres estarão tão independentes que terão a tendência a assumir posturas até há pouco tempo consideradas masculinas. Eles só não sabem como o homem reagirá a essa mudança. "Será uma revolução, mas como será o homem que conviverá com essa mulher mais inteligente, com mais dinheiro? Será que nós agüentaremos?"

Amiga/Amigo
"Se eu for a um restaurante com um amigo, os outros vão pensar que somos homossexuais."
Há tendência a preferirem a opinião de amigos quando o tema são os negócios. Justificam a escolha por causa da objetividade com que os homens se comunicam, sem haver ‘desvio' da conversa. Quando a questão é se abrir emocionalmente, não têm dúvidas: se sentem mais à vontade com as mulheres. "Elas são mais reflexivas." Quando o assunto é sair em público, preferem também a companhia feminina.

Participantes
Nini Demarchi
70 anos
Sócio de restaurante

Sandro Dias
33 anos
Skatista profissional

Luiz Américo
40 anos
Sócio de restaurante

Eliano Pellini
56 anos
Médico e professor universitário

Marcus Flávio Neves
34 anos
Dentista

Odamar Versolatto
48 anos
Artista plástico e sócio de restaurante

Honório Fujimoto
53 anos
Diretor de agência de publicidade

Joaquim Celso Freire
56 anos
Pró-reitor de universidade

Jéferson Batista
29 anos
Jornalista e radialista

Loly Siqueira
35 anos
Jornalista

Rui Salles Jr.
35 anos
Diretor de equipe de stock car