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Meirelles alerta para a formação de bolhas
19/10/2010 | 07:21
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o problema da formação de bolhas geralmente está relacionado às políticas monetárias expansivas e excesso de liquidez, o que normalmente tem características nacionais.

Meirelles citou, por exemplo, que isso ocorre quando um determinado país tem política expansiva, com taxa de juros mais baixa do que a de equilíbrio por período prolongado. Isso, de acordo com ele, gera entre outras consequências "aumento de preços de ativos que em algum momento torna-se insustentável e configura-se uma bolha que, eventualmente, estoura e cria problemas maiores ou menores aos mercados".

O presidente do BC ressaltou que alguns tipos de bolhas de crédito são mais perigosas e negativas. Ele citou como exemplo a bolha imobiliária nos Estados Unidos, que surgiu da expansão muito forte de crédito de um lado num ambiente de farta liquidez e que era flexível na aceitação de garantias.

Meirelles ressaltou que a política de afrouxamento monetário nos Estados Unidos está gerando efeitos para vários países. "Neste momento, nós temos outro tipo de expansão de liquidez que é a norte-americana. Mas pelas características de moeda reserva do dólar, esta liquidez começa a se espalhar para diversos países", comentou.
"Desde países que estão crescendo de forma sólida, como é o caso do Brasil, até países que são vistos como sólidos e com moedas fortes, como são os casos da Suíça e do Japão."

O presidente do BC ressaltou ter sido favorável à acumulação de reservas pelo País nos últimos anos, pois tal medida, classificada por ele como espécie de seguro, ajudou de forma considerável o País a registrar problemas bem menores a partir da crise financeira internacional ocorrida há dois anos.

"Nós vemos que o ganho de acumulação de reservas, além de outras medidas prudenciais que o Brasil tomou antes da crise de 2008, ultrapassa em larga margem o custo de carregamento das reservas. Não é o único exemplo", explicou.




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