O movimento terminou no começo da tarde, depois que os presos tiveram algumas exigências atendidas. O motim começou por volta das 8h30, no pátio interno do presídio, quando os detentos tomavam banho de sol. Rapidamente, os rebelados conseguiram controlar as alas das celas e investiram contra dez presos que se encontravam no "seguro". Os presos Wiliam Roberto da Silva e Paulo Rogério de Oliveira, ambos há três meses no estabelecimento, foram mortos a pancadas e golpes de estiletes. Os líderes da açao ainda ameaçavam assassinar outros oito detentos caso o juiz-corregedor dos presídios, André Augusto Salvador Bezerra, deixasse de comparecer ao local.
Por volta das 10 horas, o juiz chegou e junto com o delegado seccional de polícia, Joao Barbosa Filho, iniciaram as negociaçoes. Cerca de cem policiais, entre militares e civis de Caraguatatuba e Sao Sebastiao, ficaram posicionados nas imediaçoes da cadeia para evitar uma possível fuga em massa. Os amotinados pediam o fim da superlotaçao, transferência de presos revisao das penas e refeiçao de melhor qualidade. Depois de quase duas horas de conversaçoes, os presos aceitaram voltar para as celas e se comprometeram a preservar a vida dos ameaçados de morte.
Mesmo com a concordância dos líderes do movimento, o clima ainda é muito tenso no local. "Estamos com problemas de superlotaçao e a cadeia virou um barril de pólvora", revelou o diretor interino do presídio, delegado Orley Siqueira. A situaçao foi totalmente controlada por volta do meio-dia, quando a polícia conseguiu entrar no local e retirar os dois corpos que foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Sao Sebastiao. Os carcereiros passaram a fazer uma grande revista na cadeia e recolher os estiletes e outras armas improvisadas.
Segundo o delegado Siqueira, o prédio nao sofreu qualquer dano e se encontra em boas condiçoes. As grades retiradas pelos amotinados foram recolocadas. O juiz prometeu avaliar os processos, verificar a alimentaçao e os pedidos de transferência dos condenados nos próximos dias.
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