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Genoíno critica nao divulgaçao diária do fluxo do câmbio
Do Diário do Grande ABC
30/01/1999 | 18:06
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O deputado federal José Genoíno (PTSP) criticou neste sábado a decisao do Banco Central de nao divulgar as informaçoes relativas ao fluxo diário do mercado de câmbio. A medida entra vigor na segunda-feira. "Acho um erro porque uma das condiçoes de credibilidade da política econômica é a transparência e o governo nao pode resolver a falta de credibilidade escondendo dados", disse Genoíno.

Genoíno também criticou a política de aumento da taxa de juros como instrumento de combate à inflaçao, como justifica o BC. "O aumento de juros tem o efeito de uma tempestade para destruir certos setores da sociedade." Para ele, mesmo que a taxa seja reduzida depois nao há recuperaçao do prejuízo ocorrido num primeiro momento. "E o estrago vai atingir contratos, compromissos com o Sistema Financeiro, prestaçoes etc", disse.

Posse - Deputado mais votado no país, com quase 400 mil votos, Genoíno toma posse na segunda-feira. Será seu quinto mandato como deputado federal petista. Ele acredita que o presidente Fernando Henrique Cardoso encontrará um Congresso mais combativo. "Teremos mais autonomia para o debate da crise, nao vai ser com aquela subserviência com que trabalhou nos primeiros quatro anos da gestao do presidente Fernando Henrique Cardoso."

Na avaliaçao de Genoíno o cenário é diferente porque o novo Congresso está se instalando num quadro de crise, com um governo enfraquecido e sua base parlamentar mais flexível, mais aberta à pressao da sociedade, descontente com o governo. "Acho que a oposiçao vai ter mais espaço, primeiro porque ela cresceu em número e em qualidade e depois porque algumas teses da oposiçao que nao eram ouvidas agora estao sendo consideradas no debate público."

O deputado participou neste sábado do Encontro Nacional dos Banespianos, na quadra do Sindicato dos Bancários. Ele foi um dos oradores convidados e discutiu a conjuntura político-econômica.

Genoíno afirmou que o PT é oposiçao e nao pretende apoiar o governo Mário Covas mas admite que o partido pode atuar como interlocutor no caso do Banespa. "Acho que em Sao Paulo temos condiçao de fazer uma oposiçao com diálogo para discutir projetos importantes para o Estado."

Banespa - O encontro, que reuniu cerca de 400 pessoas, entre diretores de sindicatos ligados ao banco e funcionários, discutiu basicamente dois temas: táticas de mobilizaçao contra a privatizaçao do banco, hoje federalizado, e campanha salarial.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de SP, Joao Vaccari, o encontro deve reafirmar as propostas anteriores, que estao em pauta de negociaçao há cerca de um mês. "Nossa principal reivindicaçao é o reajuste de 1,2% retroativo a setembro de 98 e a manutençao das cláusulas sociais", disse Vaccari.

Segundo ele, a diretoria do Banespa ofereceu 0,5% de reajuste e propôs a eliminaçao de 32 cláusulas sociais. As resoluçoes do Encontro Nacional, com a rejeiçao da proposta apresentada pela diretoria do banco e a reabertura das negociaçoes, serao entregues ao presidente do Banespa, Joao Alberto Magro, e ao presidente do Conselho de Administraçao, Amaury Bier, na próxima segunda semana. Na agenda de mobilizaçao está previsto o dia 9 de fevereiro como Dia Nacional de Luta dos Banespianos, com atividades em todas as bases sindicais.




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