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Inadimplentes com até 30 anos são maioria no comércio
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/10/2011 | 07:30
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Antenados nas novidades do mercado e integrantes de uma sociedade cada vez mais consumista, os jovens paulistanos entre 26 e 35 anos de idade somam a maior fatia de devedores no comércio: 67%. Pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo e pela Boa Vista Serviços mostra ainda que a maior parte dos inadimplentes ganha até dois salários-mínimos (R$ 1.090) e está devendo até R$ 1.000.

O descontrole de gasto apresentou aumento de 18% no mês passado, contra 11% em setembro de 2010. Isso mostra que a facilidade de crédito resultou em maior endividamento do consumidor. O levantamento semestral foi realizado em setembro com 804 consumidores.

"As facilidades de ter acesso ao crédito e realizar o pagamento em diversas vezes contribuem para a economia crescer, além de oferecer à população a oportunidade de se conquistar o que antes era muito difícil. No entanto, a falta de educação financeira é sinônimo de contas bancárias no vermelho e boletos pendentes", explica o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

Embora não haja dados para o Grande ABC, Calife afirma que o comportamento é semelhante em toda a Região Metropolitana.

Um fator curioso que a pesquisa aponta é que, embora o desemprego continue a ser a principal causa da inadimplência para 55% dos entrevistados, 77% dos que atribuíram o não pagamento à perda de trabalho já se encontra empregado, sinalizado que a oferta de emprego ainda está bastante positiva.

Segundo Calife, até o fim do ano a taxa de inadimplentes deve baixar. "Com o recebimento do 13º salário, as pessoas quitam as dívidas. O problema é que, com o Natal, muitos se endividam e acabam jogando as parcelas para o início do ano, quando há diversos impostos a serem pagos e a situação se complica. Resultado disso: entre fevereiro e março o volume de devedores volta a subir."

A maior parte dos entrevistados (63%) pretende quitar seus débitos nos próximos 30 dias, sendo que 85% deles vão usar o salário para pagar suas dívidas, cortando gastos para poder fazê-lo. "Esse é um bom exemplo que deveria ser seguido pelos governos: cortar gastos para reduzir dívidas", afirma o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato.

Ele afirma que aumentou a utilização do empréstimo consignado, de 16% para 24% em setembro. Quitar dívidas continua sendo a principal finalidade desse tipo de empréstimo para 58% dos entrevistados, seguida da compra de produtos para 19%, caindo a participação dos itens ajudar a família, reforma de imóvel e outros.

Do total de devedores entrevistados, 39% estão em débito com apenas uma empresa, 27% com duas, 15% com três. 7% das pessoas devem para quatro empresas e 13%, para mais de quatro.




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