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Olhar interseccional para inclusão
Do Diário do Grande ABC
06/10/2020 | 23:59
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O início do século XXI ficará marcado pelo avanço da luta por sociedade mais inclusiva. Há décadas os movimentos sociais mobilizam-se por mudanças na esfera pública e pela eliminação de toda forma de preconceito e discriminação, quebrando paradigmas que considerados por séculos como modelo padrão. As demandas por respeito e valorização da diversidade são transformações que notamos na mídia, no entretenimento e nas grandes empresas. A discussão é pauta constante em muitas esferas do nosso dia a dia. Estamos mudando e é preciso reconhecer avanços, mas não teremos sociedade e empresas de fato inclusivas sem olhar interseccional para a diversidade.

O primeiro passo é diferenciar diversidade e inclusão. Diversidade é conceito que abrange características culturais, econômicas, sociais, físicas e psicológicas, que tornam um ser único. Já a inclusão envolve o que chamamos de grupos minorizados, que incluem pessoas com marcadores identitários que as impedem ou dificultam o acesso a educação, emprego e atuação em espaços de poder. No Brasil, estamos falando de mulheres, pessoas negras, refugiadas e com deficiência, LGBTQIAs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer, Intersexo e Assexuais), idosos e pessoas em vulnerabilidade econômica e social.

Considerar a interseccionalidade é transformar em ações a compreensão de que, mesmo entre populações minorizadas, existem camadas de privilégios que exigem olhar cuidadoso. Exemplo são ações para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança. Mulheres negras, transgênero, com deficiência e periféricas que carregam mais de um marcador identitário minorizante encontram mais barreiras para ascender profissionalmente. Não pensar nesse conceito ao implantar programas de diversidade e inclusão pode até promover diversidade de gênero, mas não haverá diversidade interseccional com raça, etnia, classe social, orientação afetivo-sexual.

Como responsável pelo programa de diversidade e inclusão em uma multinacional brasileira, percebo na prática a importância do olhar interseccional. Tenho a oportunidade de acompanhar o progresso em grandes empresas e noto que este é desafio comum a todas. Para avançarmos é necessário priorizar o assunto com responsabilidade e ambição. É fundamental uma pessoa ou uma área dedicada exclusivamente ao tema para o desenvolvimento de programa estruturado, com metodologias de gestão de mudança eficazes, que visem transformações efetivas. Esta é uma luta contínua de todas as pessoas e esferas da sociedade, sem deixar ninguém para trás.

Debora Gepp é responsável pelo programa de diversidade e inclusão na Braskem e cofundadora da Rede Brasileira de Mulheres LBTs.


PALAVRA DO LEITOR

Insatisfação – 1
Sou frequentadora assídua do Parque Engenheiro Salvador Arena, no Rudge Ramos, em São Bernardo, e fico desapontada com a falta de respeito e teimosia de alguns frequentadores e até funcionários do parque em utilizar a máscara contra o coronavírus de forma errada, sempre no queixo ou nem sequer utilizando-a, principalmente pessoas com idade de risco que, pelo jeito, ignoram o risco de contaminar a si ou outras pessoas. E nem a medição de temperatura é feita no parque. Neste caso, onde estão as normas de segurança sanitária? Caso não sejam respeitadas, seria melhor fechar o parque até o restabelecimento de vida normal na cidade. Deveriam haver placas indicando as regras no interior do parque e maior fiscalização para que as leis municipal e estadual sobre a pandemia fossem respeitadas, afinal, são vidas humanas sendo ceifadas todos os dias, e a maior parte devido à irresponsabilidade das pessoas que ignoram o perigo da doença.
Maria de Lourdes Barbosa dos Santos
São Bernardo

Insatisfação – 2
Minha irmã é enfermeira e, em maio, a Qatar Airways lançou a promoção Thank You Heroes, oferecendo 100 mil bilhetes cortesia a profissionais de saúde. Ela conseguiu o voucher MED0OFDGB e emitiu passagens para ela e minha mãe, com o localizador Sarlda, de São Paulo a Zagreb, com partida dia 4 de outubro e volta dia 13. No entanto, ao tentarem efetuar o check-in, foram barradas. A justificativa da empresa é que, na emissão do voucher, foi inserido no campo ‘Hospital ID’ número diferente de seu Coren e/ou crachá do hospital. Minha irmã não entendeu que se tratava dessas informações e inseriu o CNES do Hospital de Base de Rio Preto, onde trabalha. Ela apresentou no check-in seu Coren, crachá funcional e holerite atualizado, comprovando o vínculo empregatício. Não houve qualquer tentativa por parte da empresa em ajudá-las. Além de todos os transtornos financeiros, foram muito mal atendidas pelo atendente de check-in. Não há atendimento ao cliente em português no momento. Ao ligar no atendimento em inglês, fui informado que nada poderiam fazer, deveria tratar no aeroporto. Não há loja física no aeroporto de São Paulo.
Pedro Feitosa Mendes Filho
Santo André

Sem voto
Aviso aos candidatos a qualquer cargo público: como estavam sumidos havia quase quatro anos, não são bem-vindos. Portanto, não apareçam para pedir voto. Continuem desaparecidos.
Julio Nunes
São Caetano

Resposta
Em resposta à carta do leitor Orlando Ferreira (Trânsito, dia 4), a Prefeitura de Santo André esclarece que em 13 de março o reclamante entrou em contato com o DET (Departamento de Engenharia de Tráfego), por e-mail, informando que havia solicitado a repintura das faixas de pedestres na Vila Linda (com número de Colab – 158.486), além de ressaltar que havia encaminhado carta ao departamento. Os serviços foram prontamente realizados, tanto que o munícipe enviou novo e-mail em 16 de março agradecendo o reparo. Em 2 de outubro, dois dias antes da publicação desta carta, o munícipe enviou e-mail ao DET solicitando serviços na Avenida Brasília. Cabe reforçar que não há nenhum processo administrativo em nome do munícipe nem protocolo do Colab aberto com o número informado. A Prefeitura de Santo André reforça ainda que os canais oficiais para solicitações de serviços são realizados na praça de atendimento, do Paço, e pelo app Colab, disponível nas plataformas digitais dos smartphones.
Prefeitura de Santo André 




Comentários

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