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Santuário do Caraça, em Minas Gerais, vai muito além do nome curioso

Tomado pela natureza, o local atrai quem gosta de história e cultura

05/10/2020 | 10:48
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Divulgação


Situado na Serra do Caraça, em Minas Gerais, o Santuário do Caraça é ótimo destino para quem pretende viajar com isolamento. Tomado pela natureza, o local também atrai quem gosta de história e cultura. Curiosidades não faltam por lá, a começar pela origem de seu nome.

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Santuário do Caraça

Segundo Márcio Mol, gerente geral do Santuário do Caraça, há duas teorias em torno do nome do local.

“Há quem defenda que a palvra “caraça” viria do formato de um rosto humano na Serra do Espinhaço. Essa explicação chegou a ser comentada por Dom Pedro II em seu diário (11-13 de abril de 1881). Todavia, pesa contra ela o fato de que o nome nunca tenha sido citado no masculino (Serra do Caraça), como deveria ser caso se referisse a uma ‘cara grande'”, explica.

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Outra tese aponta que caraça se refere a um grande desfiladeiro da Serra do Espinhaço. “Essa foi a explicação dada por Auguste de Saint-Hilaire (1816) e acolhida por José Ferreira Carrato, em sua tese de doutorado sobre o Caraça (As Minas Gerais e os Primórdios do Caraça), publicada em 1963”, aponta Márcio.

“Isso porque caraça, em tupi-guarani, significa desfiladeiro ou bocaina, como hoje é chamado o portentoso vale entre os Picos do Sol e do Inficionado. Essa teoria, inclusive, parece ter mais força. De qualquer forma, vale a pena conhecer as belezas naturais do local e pensar, in loco, a respeito das razões que levaram à escolha do nome”, conclui Márcio.

O que fazer no Santuário do Caraça

Gastronomia

A gastronomia do Caraça é um ponto que merece atenção especial dos visitantes. Além da experiência de comer em um refeitório histórico, com toda a simplicidade e variedade de sabores da comunica mineira, é possível ir a uma adega para ver o processo de produção de vinho tinto, hidromel e fermentados de laranja, jabuticaba e morango.

Há também uma padaria, que fabrica pães, bolos e biscoitos, e uma doceria, com geleias e compotas. O queijo minas artesanal, cujo processo de fabricação existe há mais de 200 anos, é uma das iguarias mais procuradas no Santuário do Caraça e serve de matéria-prima para vários pratos da região em concursos e festivais gastronômicos.

A hora do lobo

Um dos grandes atrativos do Santuário do Caraça é a famosa hora do lobo. A tradição de aguardar a visita do lobo todas as noite teve início em maio de 1982, quando algumas lixeiras começaram a aparecer derrubadas e reviradas.

Num primeiro momento, pensou-se que cachorros eram responsáveis por isso. Depois, descobriram que o baderneiro, na verdade, era um tal de Chrysocyon brachyurus, que quer dizer “animal dourado de rabo curto”. É o famoso lobo-guará, chamado assim porque em, tupi-guarani, guará significa “vermelho”.

Desde então, começaram a colocar bandejas de carne nos portões em frente ao santuário, e aos poucos os lobos se aproximaram da escada da igreja. Hoje, a bandeja é colocada no adro e atraem não apenas lobos-guarás, mas também cachorros-do-mato e até uma anta.

A prática de alimentar esses animais no Santuário do Caraça persiste até os dias atuais para manter o hábito de caça dos bichinhos. Por este motivo, o lobo-guará não tem hora para aparecer. Mesmo assim, a partir das 18h30, começa a vigília chamada a “hora do lobo”.

Fonte de conhecimento

O complexo do Santuário do Caraça é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das Sete Maravilhas da Estrada Real.

Conta com um amplo conjunto arquitetônico que destaca a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo Colégio (hoje Museu e Biblioteca) e um hotel com 54 apartamentos e quartos, com capacidade para até 230 pessoas. Isso sem contar a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos.

O destino é marcado por um aenorme diversidade de fauna e flora. São 386 espécies de aves, 42 de répteis, 12 de peixes e 76 de mamíferos. Nas serras da região há nascentes, ribeirões e lagos com águas de coloração escura, que carregam material orgânico em suspensão.

O solo da região é muito rico em minérios, que foram explorados nos séculos anteriores. Há grande concentração de quartzito ou rocha metamórfica. Desde 2011, passou a ser preservado contra exploração comercial. O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, ambos comuns em ambientes de mata.

O território do Santuário do Caraça integra ainda a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce. Ambas abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.

Biblioteca

A Biblioteca do Santuário do Caraça está hoje instalada no prédio onde funcionava o célebre colégio local, que abriga também um museu, um arquivo e um centro de convenções

Museu

O museu, montado a partir de mobiliário e artefatos diversos de uso diário, pertencentes ao próprio Caraça e conta com algumas peças remanescentes de séculos passados. O local é muito procurado pelos hóspedes e visitantes, que podem fazer percursos guiados pelos monitores ou por conta própria.

Igreja Neogótica

O Santuário do Caraça é a primeira igreja neogótica do Brasil, construída sem mão-de-obra escrava e com material regional. Na obra foram usadas pedra-sabão (retirada de perto da Cascatona), mármore (das proximidades de Mariana e Itabirito, Gandarela) e quartzito (da região do Caraça e vizinhanças), unidas com produtos com base de cal, pó de pedra e óleo.

Medidas de segurança

Obedecendo ao decreto municipal 94/2020, da Prefeitura de Catas Altas, o Santuário do Caraça não está recebendo, neste momento, quem pertence ao grupo de risco do novo coronavírus, como maiores de 60 anos, hipertensos, diabéticos, gestantes e imunodeprimidos ou portadores de doenças crônicas.

Para os que estão liberados para a visita, é importante seguir algumas orientações repassadas ao turista na entrada com complexo:

  • Utilize máscara, de preferência caseira, durante todo período de permanência fora do quarto;
  • Realize a higienização das mãos ao entrar no estabelecimento, acessar balcões de atendimento, ao realizar check-in e check-out e ao sair do estabelecimento;
  • Evitar conversar, manusear o telefone celular, ou tocar no rosto, nariz, olhos e boca, durante sua permanência no interior do estabelecimento;
  • Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e boca com um lenço descartável, descartá-lo imediatamente e realizar higienização das mãos. Caso não tenha disponível um lenço descartável, cobrir o nariz e boca com o braço flexionado.
  • Será realizada a aferição da temperatura corporal com um termômetro laser, no momento de acesso pela portaria principal, bem como entregue uma ficha de avaliação de saúde durante o processo de entrada;
  • A recepção, bem como outros espaços no Santuário do Caraça, está sinalizada com faixas no chão e fitas coloridas, obedecendo as regras de distanciamento de segurança, a obediência à demarcação é obrigatória.

Áreas comuns:

  • O uso da máscara é obrigatório em todos os lugares do Santuário do Caraça, como corredores, estacionamento, espaços abertos, trilhas e outros;
  • Os ambientes de uso comum no Santuário do Caraça estarão fechados e ou desativados. São eles: Centro de Visitantes, Museu, Biblioteca, Sala de TV e Sala de Jogos;
  • Não haverá missas e outras celebrações religiosas com a presença de hóspedes.
  • A lanchonete e a loja de suvenir e artigos religiosos terão o horário de funcionamento limitado, de 8h as 11h e de 14h as 16h45. O atendimento será feito de um hóspede por vez, solicitamos a gentileza de aguardar seu atendimento dentro das áreas demarcadas.
  • O acesso ao refeitório será controlado e serão feitas aferições de temperatura a cada acesso;
  • Foram estabelecidos novos protocolos de segurança para o serviço de almoço e jantar. O uso da máscara é obrigatório para acessar o “buffet”, bem como a higienização das mãos, e uso de luva plástica (fornecida no local) para servir;
  • Os ambientes comuns serão limpos e higienizados com maior frequência por soluções sanitizantes e álcool 70%.

55 fotos de Minas Gerais

Conhecida pela boa gastronomia, pelo povo simpático e pela cultura, Minas Gerais reúne inúmeros atrativos para o viajante. O estado do Sudeste é repleto de paisagens verdes deslumbrantes e abriga diversas cidades com casario colonial, igrejas e palácios que ajudam a contar a história do Brasil.

Confira no álbum 55 fotos de Minas Gerais.

  • Crédito: Pedro Vilela
    Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Vila do Biribiri, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    São José da Serra, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Serra do Cipó, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Serra do Cipó, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Serra de São José, Tiradentes
  • Crédito: Pedro Vilela
    Serra da Contagem, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Romaria, Congonhas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Praça da Estação, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Parque Serra do Cipó, Santana do Riacho
  • Crédito: Pedro Vilela
    Parque Américo Renne Giannetti, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Parque Américo Renne Giannetti, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Palácio dos Governadores, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Palácio da Liberdade, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Museu da Tipografia, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Museu da Inconfidência, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Museu da Inconfidência, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Memorial Tancredo Neves, São João Del Rei
  • Crédito: Pedro Vilela
    Matriz de Santo Antônio, Tiradentes
  • Crédito: Pedro Vilela
    Lavras Novas, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igrejas S.F. de Assis e N.S. do Carmo, Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja São Pedro dos Clérigos, Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja São Francisco de Assis, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja São Francisco de Assis, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja São Francisco de Assis, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja São Bartolomeu, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja S.Francisco de Paula, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja S.Francisco de Assis, Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Rosário, São João Del Rei
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Rosário, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Rosário, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Rosário, Tiradentes
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Carmo, São João Del Rei
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Carmo, Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. do Carmo, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. das Mercês, São João Del Rei
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. da Conceição, Jaboticatubas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. da Conceição, Congonhas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja N.S. D'Ajuda, Congonhas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja Matriz de São José, Congonhas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja Matriz de Santo Antônio, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja de Santa Efigênia, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Igreja Antônio Dias_N.S. da Conceição, Ouro Preto
  • Crédito: Pedro Vilela
    Estádio do Mineirão, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Estação Ferroviária, Congonhas
  • Crédito: Pedro Vilela
    Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Centro Histórico, Tiradentes
  • Crédito: Pedro Vilela
    Centro Histórico, Diamantina
  • Crédito: Pedro Vilela
    Centro Histórico de Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Centro Cultural Banco do Brasil, Belo Horizonte
  • Crédito: Pedro Vilela
    Catedral Nossa Senhora da Assunção, Mariana
  • Crédito: Pedro Vilela
    Catedral N.S. do Pilar, São João Del Rei
  • Crédito: Pedro Vilela
    Casa de Câmara e Cadeia, Mariana



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