Internacional Titulo
Crianças africanas morrem de doenças fáceis de tratar
Do Diário do Grande ABC
21/06/1999 | 13:10
Compartilhar notícia


Metade das mortes de crianças africanas poderiam ser evitadas com tratamentos simples, pois a maioria deles morrem de doenças facilmente curáveis, afirmou esta segunda-feira a Cruz Vermelha em um comunicado publicado em Nairóbi.

``Nao é problema de dinheiro, nem de ética, nem de falta de estruturas. Trata-se, sobretudo, de uma questao de prevençao', estimou a Federaçao Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, citando um de seus funcionários, Roger Bracke.

``Se as maes africanas soubessem que uma simples soluçao de água, sal e açúcar pode reidratar seus filhos quando estao com diarréia, a taxa de mortalidade das crianças menores de cinco anos poderia cair 10% imediatamente', afirmou Bracke.

A miséria crescente, a insegurança generalizada e a erosao das estruturas sanitárias públicas na Africa atingiram as mais vulneráveis nos últimos dez anos, continuou o comunicado.

Paralelamente, a diminuiçao da renda forçou os governos a dedicar a maior parte de seus orçamentos de saúde aos aspectos curativos em detrimento da medicina preventiva.

Este informe, realizado por Roger Bracke, é publicado em um momento em que quinze organizaçoes nacionais africanas acabam de aprovar, depois de uma reuniao de quatro dias em Nairóbi, uma estratégia global de saúde pública para os primeiros dez anos do século XXI.

Essa reuniao foi a primeira de uma série de cinco cúpulas regionais que permitirao definir uma Iniciativa Estatégica da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (Archi), que será dirigida por Roger Bracke e submetida à Conferência Panafricana da organizaçao, prevista para o ano 2000 em Burkina Faso.

Este projeto deverá ser conduzido em associaçao com os Ministérios de Saúde, as agências das Naçoes Unidas e as organizaçoes nao-governamentais.

``O projeto Archi vai tentar investir na tendência e fará da educaçao da populaçao o eixo central. Somos um organismo bem implantado no continente, onde contamos com 700 mil voluntários, o que nos permite chegar às comunidades como nenhum outro organismo pode fazê-lo', reforçou Bracke.

Segundo o estudo da Cruz Vermelha, entre as crianças menores de cinco anos que morrem na Africa, 19% falecem devido a infecçoes respiratórias agudas, 20% de diarréias e 7% de rubeola, apesar da existência de vacinas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;