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Chevron faz proposta a ministro
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
15/03/2005 | 14:05
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A Chevron Oronite apresentou segunda-feira a primeira proposta em relação ao futuro dos funcionários da fábrica de aditivos para óleos e combustíveis da empresa, no Pólo Petroquímico de Capuava, em Mauá, que será fechada no próximo ano.

O anúncio foi feito pelo presidente da empresa no país, Aldair Colombo, durante reunião, em São Paulo, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. A empresa se negou rever a decisão de deixar o Brasil, mas informou que trabalhará em três frentes para manter os empregos dos 130 trabalhadores da planta de Mauá.

Um dos itens da proposta da Chevron Oronite é buscar a recolocação desses trabalhadores em outras indústrias do próprio pólo, o que os manteria na região. Outra possibilidade é a contratação desses trabalhadores por outras empresas do grupo Chevron/Texaco (controlador da Oronite) no Brasil. Também se cogita a manutenção de parte dos empregos com a venda da planta em Mauá para outra empresa do ramo químico – proposta que chegou a ser apresentada pelo sindicato ao Conselho Mundial do grupo Chevron/Texaco, em reunião em Nova Orleans (EUA).

O encontro de segunda-feira entre o presidente da Chevron Oronite e o ministro Furlan é resultado de uma articulação do Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT) em busca da manutenção das atividades da empresa no Brasil – que passará a importar os aditivos hoje fabricados no país.

A campanha se iniciou depois do anúncio da saída da Chevron do Pólo Petroquímico de Capuava, em 19 de janeiro – programada na ocasião para acontecer em um prazo de até 15 meses –, e incluiu encontros com o ministro do Desenvolvimento e com técnicos do Ministério da Fazenda, além da reunião – sem resultados – entre sindicalistas e o conselho do grupo nos Estados Unidos.

A multinacional se limita a informar que a saída do país faz parte de uma estratégia de reestruturação, pela qual pequenas plantas industriais em várias partes do mundo serão fechadas, e a produção ficará concentrada em grandes unidades nos Estados Unidos. Segundo a empresa, os funcionários da planta de Mauá receberão um pacote de benefícios quando a fábrica encerrar as atividades.

“A proposta que a Chevron apresentou segunda-feira, embora seja a primeira, não é um avanço, porque o que queremos é a manutenção da empresa no país. As outras indústrias do pólo não contratam em larga escala. Essa mão-de-obra não seria absorvida tão facilmente porque o setor químico não emprega grande número de trabalhadores”, afirma Juvenil Nunes da Costa, diretor do Sindicato dos Químicos do ABC.

O presidente do sindicato, Paulo Lage, acredita que o objetivo da proposta é preservar a imagem da empresa. Para ele, o alto grau de especialização dos trabalhadores da Chevron Oronite também dificultará a recolocação dos profissionais da maneira como foi proposta pela empresa. “Temos trabalhadores extremamente qualificados e especializados no pólo, e na Chevron não é diferente. Isso, por si só, já é uma dificuldade natural para o trânsito no mercado de trabalho. Além disso, os salários dos trabalhadores do pólo são mais altos que a média do setor, e dificilmente eles conseguirão empregos compatíveis com a sua remuneração atual”, afirma Lage.



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