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Proposta é rejeitada e greve completa 20 dias
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
17/05/2011 | 07:14
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A greve do funcionalismo de Diadema chega hoje ao 20º dia. A proposta apresentada pelo Executivo, na sexta-feira, não comoveu os servidores que lotaram o plenário da Câmara.

Sob os gritos de "Greve continua, Reali (Mário, PT), a culpa é sua" a paralisação foi mantida por unanimidade. "As pessoas têm que seguir unidas. O desfecho é para que cada um saia daqui e volte para seu trabalho de cabeça erguida", declarou a presidente do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), Jandyra Uehara.

A proposta do Executivo prevê reajuste salarial de 12,46% - aplicado a cada bimestre e a partir de dezembro, em cinco parcelas de 2% e a última de 1,86% condicionado ao crescimento da receita líquida do município - e abono salarial de R$ 300. "Está aquém do que foi solicitado. Há questões concretas que precisam ser resolvidas", considerou a presidente. O Sindema exige reajuste de, no minímo, 11% retroativo a março.

A recusa gerou resposta do Executivo. A Prefeitura informou que descontará todos os dias de paralisação - que ocorre desde 27 de abril. Para a negociação isso significa um retrocesso, pois a última proposta enviada garantia o pagamento, desde que as horas fossem compensadas. "Ninguém está parado porque quer. Dia de greve não é dia de vagabundagem", disse Jandyra.

Os valores fixados pelo Executivo para vale-refeição (R$ 6, para alguns funcionários e o rompimento de contrato com a SP Alimentação) e para o vale-alimentação (que passaria de R$ 190 para R$ 203) também foram alvo de críticas. "Não entram na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não afeta o limite prudencial, pois é benefício. É incoerência", analisou. A explicação dada pelos técnicos da Prefeitura é que não há possibilidade de proposta melhor, porque os cálculos bateram no teto da LRF e, caso sejam ultrapassados, poderia gerar problemas nas contas do prefeito.

Os servidores da Educação se tornaram os principais mentores da greve. Os professores da rede municipal se revoltaram com a proposta do Executivo.

O texto não prevê equiparação do salário dos funcionários em estágio probatório (cerca de 30% do professorado) com o restante da classe. "Agora que isso ficou claro, a classe não aceitou. Tem gente que está entrando agora na greve por conta dessa questão", contou Jandyra.

Na manhã de hoje, o comando de greve percorrerá os institutos de ensino para convencer os profissionais a aderir ao movimento e chamá-los para assembleia de hoje, que será realizada na Câmara, às 18h30.

 

ESTADIA

Cerca de 50 servidores continuam acampados no plenário da Câmara. A promessa é de permanecer com a estadia até o fim da greve.

Reinaldo Donizete de Oliveira está no local desde que a ocupação teve início, na quinta-feira. "Só vou para casa tomar banho. O acampamento é simples, tenho meu cantinho", relatou.




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