Economia Titulo Sem atendimento
Após decisão da justiça, segurados do INSS encontram agências de portas fechadas na região

Agendamentos que haviam sido feitos para hoje terão de ser remarcados; INSS vai recorrer da decisão do TRF de manter as agências fechadas

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
14/09/2020 | 08:34
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André Henriques/DGABC


Quem foi a alguma das agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Grande ABC, que seriam reabertas hoje, encontrou as portas fechadas. Isso se deu por por força de decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, divulgada ontem, que adiou a reabertura. Os segurados que tinham agendado atendimento a partir de hoje devem, portanto, desconsiderá-lo e proceder com a remarcação pelo Meu INSS ou pelo telefone 135. Ainda não há data para reabertura. 

Foi o caso de Roseli Batarello, 63 anos, moradora do Parque Novo Oratório, de Santo André. "Agendei meu atendimento pelo 135. Confirmei na sexta-feira, no sábado, e estava tudo certo. Chegando lá hoje tudo fechado", reclamou. Ela foi em busca de conseguir o auxílio doença na agência de Santo André, já que tem osteoartrose no joelho, comprometimento no osso e não consegue andar. "Desde 2018 estou lutando para esse benefício e eles não resolvem. Já fiz o perícia e eles me deram alta, sem ao menos me analisarem direito. Minha situação médica está terrível, o médico já me disse que não vou mais conseguir andar, muito menos trabalhar. Tenho de tomar morfina." Roseli, que é formada como professora, estava trabalhando como faxineira antes de ficar doente. "Agora isso fica impossível. Estou sem recurso nenhum, nem para o tratamento." 

Em São Bernardo ocorreu o mesmo problema. " Meu pai faleceu há quatro meses e estou tentando resolver o benefício da minha mãe, já que ele era aposentado. É a segunda vez que lá e encontro as portas fechadas. Não avisam, não colocam informação em nenhum canal, nem em rede social. Ninguém te dá satisfação", reclama o operador de máquina Jailson Rodrigues da Silva, 34, morador do bairro Areião. Segundo ele, a mãe está sem renda alguma. "E o pior é que não tem nem data para voltar a funcionar o INSS. Ficamos sem rumo."

Na decisão do TRF, o desembargador federal Peixoto Júnior manda que não haja retorno ao trabalho presencial, “até futura reanálise do quadro pelas autoridades de saúde, novas vistorias e apresentação de plano eficaz e seguro de retomada dos trabalhos por parte do INSS, bem como testagem eficaz para Covid-19 de todos os servidores(as) do INSS do Estado de São Paulo”.

O INSS, por meio da Procuradoria Federal Especializada, recorrerá da decisão, e espera que a Justiça entenda o caráter essencial do serviço prestado por esta Autarquia. Em nota,  destaca que a reabertura das agências "se mostra indispensável para que parte da população que necessita dos serviços presenciais não seja prejudicada, especialmente neste momento de pandemia".




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