Política Titulo SALÁRIO ILEGAL
Legislativo tenta, na Justiça comum, reverter punição do TCE

Presidente da Casa em 2002 autorizou pagamento de salário extra

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/05/2012 | 07:17
Compartilhar notícia


A Câmara de Diadema tentou na Justiça comum e sem sucesso reverter a punição aplicada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) à contabilidade de 2002, quando a Casa era administrada por Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). Vereadores da legislatura 2000-2004 foram condenados pela Corte a devolverem R$ 12.374,01 recebidos irregularmente na ocasião.

À época, Maninho autorizou pagamento de cotas extras salariais devido a levantamentos de recesso para votação de projetos oriundos da Prefeitura nos meses de fevereiro, julho e dezembro. O depósito foi feito junto aos vencimentos de agosto e o valor total, alegou os conselheiros do TCE, ultrapassou o subsídio de vereador fixado pela Constituição Federal, de 60% dos salários dos deputados estaduais.

A defesa dos parlamentares de Diadema afirmou que não houve ilegalidade nos pagamentos e que não houve dano aos cofres públicos. O relator Antonio Carlos Malheiros, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), negou recurso feito pelos vereadores, mantendo as multas estipuladas pelo TCE: ressarcimento da quantia e rejeição de contas na gestão de Maninho.

Em seu despacho, assinado no dia 24 de abril, Malheiros cita levantamento feito pela Prefeitura para embasar a decisão de rejeitar o recurso da Casa. "Há, inclusive, por parte da municipalidade, explicação minuciosa mediante cálculos precisos, o que deve ser devolvido pelos vereadores", escreveu.

Dos 21 vereadores que, no entendimento do TCE, receberam salário irregular, 13 recorreram da decisão na Justiça comum: Irene dos Santos (PT); José Antônio da Silva (PT); José Carlos Gonçalves (PR); José Queiroz Neto, o Zé do Norte (PT); Maninho; Manoel José da Silva, o Adelson (PSB); Laércio Soares (PCdoB); Marco Antonio Ernandez, o Marquinhos (PT); Cida Ferreira (PMDB); Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB); Marion Magali de Oliveira (PPL) e Milton Capel (PV).

 

OUTROS CASOS

A Câmara de Diadema foi condenada em outros processos, principalmente por concessão de aumento salarial a vereadores em discordância com a Constituição Federal, além de criação de auxílio-paletó e 13º salário.

O Ministério Público ingressou com diversas ações civis públicas para que os parlamentares devolvessem as quantias arrecadadas irregularmente.

Os vereadores de Diadema tentam, na Justiça, reaver o 13º salário. Até agora, o MP - baseado em pareceres do TCE - exigiu o ressarcimento de R$ 782 mil, verba relativa aos exercícios de 2002, 2004, 2005, 2006 e 2007, todas sob comando de Marquinhos (PT).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;