Mesmo com toda a caçada promovida pelos provedores, os spammers conseguem se manter à frente da lei e dos filtros. A natureza aberta da tecnologia do e-mail – projetado há décadas por cientistas da computação que não tinham razões, naquela época, para prever a existência do spam – deixa os remetentes de spans esconderem seus rastros e transformarem suas mensagens para evitar a detecção.
Como resultado, muitos especialistas em softwares de e-mail agora defendem a idéia de que a forma mais eficaz para limpar as caixas de correio eletrônico desse lixo todo é se focar não na tentativa de pegar a mensagem indesejada, mas na identificação do e-mail legítimo.
Resumidamente, esses esforços tentam desenvolver o equivalente dos identificadores de chamadas na Internet, uma tecnologia que possibilita que o destinatário de qualquer e-mail verifique a identidade do remetente.
Como os dispositivos utilizados nos telefones, os destinatários poderão escolher se quiserem ficar anônimos. Mas, também como no identificador de chamadas, os destinatários podem supor que o e-mail não-identificado é um spam.
Os reiterados pedidos para o desenvolvimento de tal sistema vêm dos bancos, das companhias de viagem e de lojas on-line, que assistem a grande parte de seus e-mails pararem nos filtros de spam. Os desafios técnicos que envolvem a criação de um sistema de identificação de remetentes são enormes, já que os milhões de computadores que processam e-mails para 500 milhões de usuários terão de sofrer um upgrade.
Além disso, a Internet não é governada de forma organizada. Em vez disso, é influenciada por comitês improvisados. Esses planos devem compensar a tecnologia projetada há duas décadas por uma despreocupada confederação de cientistas, que criou os protocolos – as leis de comunicação técnica que viabilizam o e-mail – de uma forma tão aberta que até o mais inocente dos usuários pode enviar um e-mail representando outra pessoa, com pouca perspectiva de que as mensagens serão rastreadas até o remetente original.
Esses pioneiros não suspeitavam que os sistemas, projetados para a troca de documentos de pesquisa, criariam um sistema global que fornece comunicação quase instantânea para centenas de milhões de pessoas. Mesmo assim, essa rede agora corre o risco de ser invadido por vendedores anônimos de comprimidos e pornografia. Quem paga essa conta? Nós, pobres usuários.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.