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Cruzada anti-spam investe na identificação de e-mail legítimo
Do The New York Times
06/10/2003 | 19:22
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Os engenheiros de software ajudaram a criar o spam, como é conhecida a mensagem não-solicitada que emporcalha os e-mails de todo o mundo. Será que eles podem eliminá-lo? Parece difícil. Enquanto os políticos tentam encontrar formas de proibir o envio de spans, os provedores de Internet desenvolvem tecnologias de filtros capazes de identificar as mensagens tipicamente enviadas por spammers e apagá-las, mas com baixo nível de eficácia.

Mesmo com toda a caçada promovida pelos provedores, os spammers conseguem se manter à frente da lei e dos filtros. A natureza aberta da tecnologia do e-mail – projetado há décadas por cientistas da computação que não tinham razões, naquela época, para prever a existência do spam – deixa os remetentes de spans esconderem seus rastros e transformarem suas mensagens para evitar a detecção.

Como resultado, muitos especialistas em softwares de e-mail agora defendem a idéia de que a forma mais eficaz para limpar as caixas de correio eletrônico desse lixo todo é se focar não na tentativa de pegar a mensagem indesejada, mas na identificação do e-mail legítimo.

Resumidamente, esses esforços tentam desenvolver o equivalente dos identificadores de chamadas na Internet, uma tecnologia que possibilita que o destinatário de qualquer e-mail verifique a identidade do remetente.

Como os dispositivos utilizados nos telefones, os destinatários poderão escolher se quiserem ficar anônimos. Mas, também como no identificador de chamadas, os destinatários podem supor que o e-mail não-identificado é um spam.

Os reiterados pedidos para o desenvolvimento de tal sistema vêm dos bancos, das companhias de viagem e de lojas on-line, que assistem a grande parte de seus e-mails pararem nos filtros de spam. Os desafios técnicos que envolvem a criação de um sistema de identificação de remetentes são enormes, já que os milhões de computadores que processam e-mails para 500 milhões de usuários terão de sofrer um upgrade.

Além disso, a Internet não é governada de forma organizada. Em vez disso, é influenciada por comitês improvisados. Esses planos devem compensar a tecnologia projetada há duas décadas por uma despreocupada confederação de cientistas, que criou os protocolos – as leis de comunicação técnica que viabilizam o e-mail – de uma forma tão aberta que até o mais inocente dos usuários pode enviar um e-mail representando outra pessoa, com pouca perspectiva de que as mensagens serão rastreadas até o remetente original.

Esses pioneiros não suspeitavam que os sistemas, projetados para a troca de documentos de pesquisa, criariam um sistema global que fornece comunicação quase instantânea para centenas de milhões de pessoas. Mesmo assim, essa rede agora corre o risco de ser invadido por vendedores anônimos de comprimidos e pornografia. Quem paga essa conta? Nós, pobres usuários.




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