Pré-candidato à Prefeitura de São Bernardo pelo PT, o ministro da Previdência Luiz Marinho descarta qualquer possibilidade de união com o candidato governista, Maurício Soares (PSB). O socialista anunciou na última semana o fim da chapa formada com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

“O Maurício deixou o PT há muito tempo e não fez nenhum esforço para tentar se reconciliar, mesmo durante o processo de aliança”, considera o petista, enfatizando que a oposição “não pode apostar na fragilidade dos adversários” para encarar a disputa à sucessão do prefeito William Dib (PSB).

Na avaliação do ministro, a ruptura do grupo governista não significa o fim de uma parceria. “Evidentemente eles vão caminhar juntos, mesmo que tenham duas candidaturas. Não vejo espaço para aproximação com o PT.”

Temendo uma possível reconciliação entre Maurício e Morando, Marinho fala do futuro com cautela. “Os partidos têm de se preparar independentemente se eles estão bem ou mal. Facilitará se estiverem mal, mas esta não deve ser a preocupação do PT, vamos manter a mesma estratégia: ampliar o quadro de alianças para criar condições de vencer a eleição.”

O discurso parece ser unânime entre os oposicionistas. Coordenador regional do PPS e pré-candidato a prefeito, o deputado estadual Alex Manente também analisa com cuidado o novo cenário e reafirma a dificuldade de coligação entre a terceira via e o governo. “Não questionamos a figura política do Maurício, mas temos os nossos princípios de mudança e, obviamente, para aliar-se ao nosso grupo a pessoa deve ter a mesma premissa.”

Cotado para encabeçar a chapa majoritária do PTB, o ex-prefeito Tito Costa acredita que a candidatura de Maurício só decola se Dib mantiver o apoio. “Ele tem vôo próprio, mas existe um esquema ao lado dele que, segundo tudo indica, fraturou. Fica mais difícil para o Maurício encarar a disputa nessas condições”, avalia.