O diretor do Departamento de Infra-estrutura e Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Pio Gavazzi, disse que a ameaça é real. “O racionamento deve ser adotado desde já – caso contrário, vai se tornar compulsório.” A Fiesp e a Associação Brasileira das Empresas de Conservação (Abesco) vão instruir os empresários sobre métodos adequados ao perfil de cada empresa para economizar mais energia.
O diretor da Alcan Embalagens, de Mauá, Marco Antônio Ferraroli, afirmou que a fábrica tem programas de redução de energia em atividade há mais de dois anos e deve aumentar a utilização de gás natural nas operações que exigem calor. Segundo ele, a unidade instalada em Mauá não tem consumo intensivo de energia elétrica como as fábricas de produção de alumínio de Minas Gerais e Bahia.
O presidente da Resiplastic e do Condomínio Industrial de Sertãozinho, José Jaime Zacarelli Salgueiro, afirmou que as empresas de pequeno e médio portes realizam há dois anos procedimentos simples, como desligar motores mais potentes em horários de pico, manter as luzes apagadas durante o dia, intensificar o uso de máquinas e planejar o uso de energia. “Para quem não tem recursos para recorrer às usinas, o caminho será o racionamento.”
Segundo o diretor executivo da Eletropaulo, Vicente Bruno Todaro, a concessionária não tem como driblar o racionamento, já que recebe toda a energia que distribui de Itaipu (RS). As usinas termelétricas em construção em Santa Branca (SP), de 1 mil megawatts (MW), e em Bariri (SP), de 700 MW, devem entrar em operação apenas em 2003. A empresa busca soluções para os grandes consumidores de energia, que ele não quis antecipar, e vai investir R$ 40 milhões no Grande ABC na mudança da infra-estrutura de atendimento.
Todaro garantiu que não existe déficit de energia para os municípios da região, que consomem 4.250 megawatts (MW) por ano. Cerca de 65% deste total é absorvido pelas indústrias. “Estamos racionalizando o uso para priorizar a atividade industrial.”
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