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Serra pede apoio da populaçao em defesa dos genéricos
Do Diário do Grande ABC
15/04/2000 | 17:00
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O ministro da Saúde, José Serra, fez um apelo neste sábado para que a populaçao entre na luta a favor dos genéricos, pedindo aos médicos para que receitem esse tipo de medicamento. "Estamos apenas começando uma luta que vai ser vitoriosa", disse, lembrando que o Ministério da Saúde só espera a fabricaçao de um número maior desses medicamentos, a fim aumentar a exigência em relaçao às farmácias.

De acordo com o ministro, existem hoje pouco mais de 30 genéricos à venda, número que deverá ser ampliado em breve, com as autorizaçoes que estao sendo fornecidas pelo Ministério para a fabricaçao de novos medicamentos, com um custo 40% mais baratos que os remédios de marca.

"Só estamos esperando um volume maior de produtos fabricados - cerca de 100 genéricos - para apertar o cerco contra as farmácias que estiverem boicotando a venda desses remédios", completou.

Serra participou neste sábado do encerramento do IX Encontro de Provedores, Diretores e Administradores Hospitalares de Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Estado de Sao Paulo, que começou no último dia 13, no Mendes Plaza Hotel, em Santos. De acordo com o ministro, as Santas Casas sao parceiros importantes no trabalho de saúde pública realizado no Brasil, razao pela qual, disse ele, o ministério nao tem poupado esforços no sentido de socorrer esses hospitais filantrópicos, ampliando em mais R$ 100 milhoes os recursos para subsidiar os juros dos empréstimos fornecidos a essas entidades, consideradas a retaguarda do Sistema Unico de Saúde (SUS).

Emenda - Serra também falou da importância da aprovaçao da proposta de emenda constitucional (PEC), que vincula recursos da Uniao, dos Estados e dos municípios para a saúde e que, no momento, encontra-se engavetada no Senado, desde novembro do ano passado. "É preciso que o Senado vote logo esta emenda, que alguns governadores nao querem aprovar", afirmou.

O ministro nao acredita na existência de um lobby para sua aprovaçao. "Nao diria que exista um lobby nesse sentido, mas o interesse da saúde popular deve falar mais alto", disse. Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Gilberto Natalini, que também participou do encontro, a aprovaçao da PEC é uma questao de vida ou morte.

Aprovada pelo Senado, a emenda vai obrigar os Estados e municípios a aplicarem 7% de seus orçamentos em saúde, no primeiro ano, com elevaçao progressiva desses percentuais ao longo de cinco anos. No final, os Estados teriam que investir 12%, enquanto os municípios, 15%.

Natalini acredita que os grandes viloes dessa história sao os governadores estaduais, sobretudo da regiao do nordeste, que aplicam em média 4% de seus orçamentos em saúde. "Em Alagoas, a aplicaçao é de 1,5%, o que é quase desobrigar o governo do Estado a atender a populaçao", denunciou. Sao Paulo aplica em torno de 6 a 6,5%.




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