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Vestibular está com dias contados, diz ministro
Do Diário do Grande ABC
13/10/1999 | 18:10
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O ministro da Educaçao, Paulo Renato Souza, afirmou quarta-feira que o vestibular deverá ser extinto como método de seleçao de alunos às universidades.

No entanto, esclareceu que ele nao deverá ser substituído pelo Exame Nacional de Ensino Superior (Enem) nem qualquer outro tipo de prova de seleçao. Mas nao estabeleceu prazos para essa mudança ocorrer. "O vestibular na fórmula atual está com os dias contados", disse o ministro durante o lº Seminário do Enem, que ocorre em Brasília e reúne educadores de todo Brasil. "Nao queremos substituir o vestibular por outros exames. Cada universidade deverá definir os seus critérios."

O Enem foi implantado no ano passado, quando 150 mil estudantes se submeteram ao exame. Só este ano houve aumento de 121% - o número de inscritos subiu para 347 mil alunos. De acordo com o Ministério da Educaçao, as provas sao realizadas no último domingo de agosto e sempre uma vez por ano. Cada aluno pagou, em agosto passado, R$ 20 para fazer o exame, que tem 63 perguntas reunindo temas de cultura geral e matérias ensinada durante o curso do ensino médio.

O ministro disse que a tendência é que cada vez mais estudantes se submetam ao Enem. Segundo ele, o mesmo deve ocorrer em relaçao ao número de faculdades e universidades que deve passar a utilizar o exame como método de seleçao - atualmente sao 80 no total, mas apenas 12 sao instituiçoes públicas.

A baixa adesao das universidades públicas ao Enem é motivo de crítica de Paulo Renato aos reitores, que sutilmente alfinetou-os pela falta de conhecimento em relaçao ao exame e à resistência às novidades. "Há um problema de desconhecimento e de conservadorismo em adotar novas proposta", estocou. "Tudo depende de um longo trabalho de convencimento. Eu quero deixar claro que em nenhum momento será afetada a autonomia das instituiçoes."

Ensino Médio - O ministro da Educaçao afirmou que o nível do ensino médio (2º grau) no país vai demorar pelo menos quatro ou cinco anos para ser incluído entre os melhores do mundo. "Está muito longe do Brasil poder estar entre os melhores do mundo", desabafou Paulo Renato.

Segundo ele, a qualidade do ensino médio passou a melhorar a partir das primeiras medidas implementadas pela reforma. "O Banco Interamericano vai investir no ensino médio e fora isso outras iniciativas vao ser colocadas em prática."

Otimista, Paulo Renato comentou que a reforma no ensino médio tem sido "extremamente complicada" porque o 2º grau no Brasil sempre carregou foi apenas uma "ante-sala para universidade, sem apresentar propostas". "Estamos mudando isso, hoje o ensino médio já está começando a preparar os estudantes também para um ensino técnico", disse ele. "Nós já avançamos bastante", completou.

Apesar de nao esconder o entusiasmo, o ministro afirmou que nao quer "celebrar vitórias" porque ainda há muitos desafios pela frente. Segundo ele, os dois principais sao a implantaçao total da reforma no ensino médio e a conclusao da proposta de formaçao de professores no país. "Sao as grandes preocupaçoes no momento", definiu.

Ele lembrou que as iniciativas tomadas pelo ministério tem sido "ambiciosas" e que nao vao parar porque na educaçao "sempre há o que fazer".




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