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Palocci: queda da Selic é vitória contra inflação
18/06/2003 | 21:56
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O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse quarta-feira que, se depender do governo, a taxa Selic não vai mais subir. "Vamos fazer todo o esforço para que os juros tenham uma queda consistente", afirmou, depois de participar da reunião de Cúpula do Mercosul na capital paraguaia.

O ministro brasileiro observou que o Copom (Comitê de Política Monetária) não toma decisões voluntárias. "(O Copom) toma decisões a partir do que acontece na economia real, no comportamento dos preços. Cada vez mais é preciso que os agentes econômicos olhem para a frente e tomem decisões pensando na inflação futura, e não com pensamento na inflação passada. Se isso acontecer, é seguro que essa trajetória de queda possa continuar", acrescentou o ministro.

Palocci disse que a redução da taxa Selic em meio ponto porcentual é um sinal efetivo de que a inflação caminha definitivamente para as metas estabelecidas pela equipe econômica. "Isso significa que estamos vencendo, de forma efetiva, a luta contra a inflação, e criando as condições para o Brasil crescer", afirmou.

Segundo ele, o Copom olhará nas próximas reuniões se o país se comportará em torno da disposição de enxergar a inflação futura e não a inflação passada, ou seja, a decisão tomada pelo Banco Central quarta-feira foi o primeiro sinal da equipe econômica de que as futuras decisões não dependem mais apenas do Comitê. Se tudo isso acontecer, esse movimento econômico puxará os juros para baixo.

De acordo com Palocci, o Copom não é um órgão de decisões alheias ao comportamento da economia. "Mais do que a própria decisão que o Copom toma, importa o que ocorre com a inflação no período entre uma reunião e outra. Hoje, felizmente, vemos os indicadores caminharem de maneira efetiva para as metas", afirmou.

Ele observou que o início da redução da taxa de juros indica a necessidade de articulação de todos os instrumentos necessários para o crescimento econômico, como energia elétrica, transporte, logística, crédito, ciência e tecnologia, e políticas industriais. "Ou seja, um conjunto de medidas que o Brasil precisa acelerar de forma coordenada para o crescimento econômico", disse o ministro.

Indagado se a magnitude da redução era suficiente para a retomada do crescimento econômico, Palocci insistiu em que esse corte é o início de um processo de redução dos juros. Ao ser perguntado se a queda dos juros poderá calar os insatisfeitos, Palocci disse não acreditar que o Copom e a equipe econômica do governo queiram calar a boca de alguém.

"Vemos como muito salutar o debate econômico. Entendo que as pessoas e os agentes econômicos não podem apenas cobrar as decisões. As pessoas têm de agir nas suas áreas para fazer com que os indicadores econômicos caminhem bem", disse o ministro. "Vamos continuar recebendo as críticas, mas também vamos continuar agindo com a certeza de que um combate a inflação como esse é para que não tenhamos de tomar medidas piores mais tarde, se formos lenientes neste momento".




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