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Motorista quer plano antiviolência no ABC
Danilo Angrimani
Da Redaçao
19/02/2000 | 18:29
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O Sindicato dos Rodoviários do ABC, a Comissao Interna de Prevençao de Acidentes da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) e a Polícia Militar vao decidir na próxima terça-feira quais serao as medidas urgentes que serao tomadas para inibir a violência no corredor de trólebus Jabaquara-Sao Matheus, que vem sendo chamado pelos motoristas de percurso da morte.

Nesta sexta, foi enterrado o corpo do motorista Aguinaldo Vieira, assassinado na sexta-feira na parada Nestor de Barros, na altura do número 5.000 da rua Oratório, em Santo André.

A circulaçao de trólebus ficou interrompida por 32 horas. Desde o momento do crime (às 5h de sexta-feira), que deixou outros seis passageiros feridos, até esta sexta depois do enterro de Vieira, sepultado às 11h no Cemitério de Vila Paulicéia, em Sao Bernardo, os trólebus nao percorreram o corredor.

O quadro de funcionários da EMTU, formado por mil funcionários, compareceu em sua quase totalidade ao funeral, além de familiares, parentes e amigos do motorista, que era casado, tinha dois filhos e morava no bairro Assunçao.

"Há dois meses, já havia morrido um motorista da Viaçao Humaitá. O Aguinaldo foi o segundo colega assassinado no percurso da morte", disse o motorista Silvano Praxedes de Oliveira, integrante da Cipa (Comissao Interna de Prevençao de Acidentes) da EMTU.

"Sem segurança nao dá para trabalhar. Vamos ter uma reuniao nesta terça, com o tenente-coronel Odair Rosa do Nascimento, comandante do Batalhao da PM de Santo André, para ver o que é possível fazer", disse Oliveira.

"O Sindicato e a PM vao trabalhar em conjunto, para evitar que outros motoristas sejam assassinados", disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Francisco Mendes da Silva, o Chicao.

Vingança - A hipótese de que Aguinaldo Vieira tivesse sido assassinado por vingança, por ser testemunha de um assalto, é rechaçada pelos representantes da Cipa e do Sindicato. "Nao foi vingança. Eles atiraram, porque sao periculosos. Eles matam por prazer", afirmou Oliveira.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do ABC também acredita que nao houve vingança. "Se fosse esse o motivo, só o motorista teria sido morto. Além dele, outras seis pessoas levaram tiros e coronhadas."

O representante da Cipa da EMTU disse que os assaltos sao freqüentes no percurso da morte. "O horário da manha, entre 4h e 6h, é o mais perigoso. A gente pega o ônibus e nao sabe se volta para casa. A insegurança é muito grande."




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