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Onda de direita deixa Sarkozy confortável nas legislativas
Da AFP
16/06/2007 | 17:42
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Os franceses parecem dispostos a conceder neste domingo uma ampla maioria parlamentar ao presidente Nicolas Sarkozy, que assim conseguirá pôr em prática seu plano de reformas liberais diante de um partido socialista em crise.

A única dúvida do segundo turno das eleições legislativas é quanto ao tamanho da vitória do partido de direita UMP do novo chefe de Estado, certo de que disporá de maioria absoluta.

A "onda azul" - a cor da UMP - pode garantir até 470 deputados de direita entre as 577 vagas da próxima Assembléia, que será eleita por cinco anos, contra os socialistas, que terão de 90 a 160 acentos, segundo institutos de pesquisa.

A atual Assembléia tem 359 deputados da UMP e 149 do PS. Para os socialistas, uma derrota acarretaria a debandada de deputados - ficando com menos de 100 representantes - e precipitaria a crise e a batalha pela liderança entre os partidários de Royal e seus rivais. A socialista pretende "refundar" o partido e se apresentar como candidata em 2012.

Foram eleitos 110 deputados no primeiro turno das eleições em 10 de junho, dos quais 109 são da direita e apenas um do PS. Devido ao fuso horário, as votações começarão ainda no sábado em muitos territórios no exterior, como nas ilhas de Martinica e Guadalupe.

O Partido Socialista, que sofreu com alta taxa de abstenção (40%) no primeiro turno, apelou para um sprint final: Ségolène Royal pediu aos eleitores de esquerda e de centro que compareçam às urnas para "impedir a tsunami azul".

Mas a vantagem está claramente a favor da direita nesta eleição que fecha um ciclo eleitoral, diante de um novo que foi marcado, há dois meses, pela vitória de Sarkozy (53% dos votos), 52 anos, diante de Ségolène Royal.

Esta eleição fez a França entrar em uma nova era, depois de 12 anos com Jacques Chirac na presidência.

O dinamismo de Sarkozy, a chegada de novas figuras, como Rachida Dati, nomeada ministra da Justiça, e de algumas personalidades da esquerda à diplomacia, como a do ex-membro da organização Médicos sem Fronteira, Bernard Kouchner, seduziram a maioria dos franceses, de acordo com pesquisas.

Resta agora a Sarkozy se impor como "o presidente que governa" e colocar em prática as medidas necessárias para "reformar, aprofundar e modernizar" a França, como tem dito que pretende fazer.

Sarkozy e seu primeiro-ministro François Fillon prepararam um "choque fiscal" (diminuição dos direitos de sucessão e exoneração sobre horas extras), criticado pela oposição que afirma ser uma tentativa de beneficiar os "ricos" e aumentar a dívida.

Assim que o segundo turno passar, ele deve seguir sua política de "abertura" com a nomeação como secretário de Estado de outras personalidades do centro e da esquerda.

A nova Assembléia eleita das urnas de domingo consagrará a bipolarização da cena política. As outras pequenas formações de oposição à Sarkozy devem desaparecer em razão, principalmente, do método eleitoral.

O partido comunista, em declínio, não terá mais do que de 6 a 15 deputados e os Verdes podem ter de zero a três. A Frente Nacional (extrema direita), cujos eleitores votaram em Sarkozy nas presidenciais, não tem mais do que um único candidato na disputa do segundo turno: Marine Le Pen, filha do líder do partido que não conseguir ser eleito para presidente.

O líder do centro François Bayrou, que tinha obtido 18,57% dos votos para a presidência, se prepara para atravessar o deserto com seu novo partido, o MoDem, que terá, no máximo, quatro deputados.

Resignados com a derrota, a esquerda luta contra uma dominação humilhante da direita no Parlamento. Os socialistas tentam alertar que a direita, unida principalmente com as grandes empresas e os empresários dos meios de comunicação, resulta em uma "concentração de poderes sem precedentes em décadas".




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