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Associaçoes criticam possível mudança do calendário escolar
Do Diário do Grande ABC
05/01/2000 | 17:28
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Associaçoes de pais e professores do Estado do Rio estao contestando a proposta da Associaçao Brasileira de Agentes de Viagem (Abav) de mudar a data das férias escolares.

Segundo a Abav, a alteraçao serviria para incrementar o turismo interno e externo no país, provocando uma queda no preço dos pacotes de férias, atualmente concentrados em dezembro, janeiro e julho. No entender de pais de alunos e docentes, a medida quebraria a tradiçao brasileira das férias de janeiro e nao permitiria aos pais acompanhar os filhos em suas folgas, além de nao fortalecer o turismo brasileiro.

Um projeto de lei neste sentido, de autoria do deputado Joao Pizzolatti (PPB-SC), está tramitando no Congresso.

O Sindicato Estadual de Profissionais do Ensino do Estado do Rio (Sepe-RJ), classifica a medida como incoerente, argumentando que desde a implantaçao da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1997, as férias escolares ocorrem só em janeiro, havendo um recesso de uma a duas semanas em julho.

"Os professores também têm direito a 30 dias de férias como todo trabalhador", lembra do coordenador do Sepe-Rj, Camilo Serafim. "Seria um grande absurdo romper o ano letivo três ou mais vezes".

Já o presidente da Associaçao de Pais de Alunos do Estado do Rio (Apaerj), Joao Luiz Faria Netto Júnior, acredita que mais e menores períodos de férias vao separar pais e filhos, porque poucas empresas seguiriam o calendário letivo. "Este é um modelo europeu que nao vai se adequar à realidade brasileira, que mantém o ensino continuado", justifica.

A Abav argumenta com números. Segundo entidade, os meses de dezembro, janeiro e julho concentram metade da venda de pacotes de férias, o que encarece o turismo nesta época. Com a procura distribuída pelo ano inteiro, afirma, os preços cairiam para o patamar da baixa temporada.

O Ministério do Turismo, Esporte e Lazer ainda estuda o assunto, que tem a simpatia do ministro Rafael Greca.

Para o Ministério da Educaçao (MEC), no entanto, a decisao fica a cargo dos municípios, como determina a LDB. Algumas cidades do Centro-Oeste e do Nordeste já adotam um calendário mais elástico em funçao da colheita (da qual muitas crianças participam) e nao das férias.

A única exigência do MEC é o cumprimento de 200 dias de aula por ano, norma obedecida pela Secretaria Municipal de Educaçao do Rio, desde o ano passado em todas as escolas.




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