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Polícia Federal rastreia amigos de Nicolau
09/12/2000 | 20:52
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A Polícia Federal está na pista dos colaboradores do juiz Nicolau dos Santos Neto. Essas pessoas o ajudaram na clandestinidade. Sao supostos empresários, fazendeiros e até ex-policiais e arapongas que teriam montado um esquema para facilitar a fuga do ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho desde que sua prisao foi decretada, em 25 de abril. A equipe de buscas e operaçoes que tinha a missao de localizar Nicolau está investigando a "rede de proteçao" da qual ele fez uso para manter-se em segurança. "Vamos identificar essa gente", afirma o delegado José Pinto de Luna, comandante da "Operaçao Moréia".

O crime cometido pelos amigos de Nicolau é definido legalmente como "favorecimento real" ou "favorecimento pessoal". Os federais sustentam que esses amigos começaram a abandonar o magistrado à medida que o cerco a ele se fechava. A versao do acusado sobre o lugar onde ficou esse tempo todo foi recebida com reservas.

Nicolau disse que permaneceu escondido no Sul do país. Os policiais dizem ter certeza de que ele foi para o exterior. Um indício é a compra de duas passagens aéreas feita em julho por Nicolau em Miami. Esteve no Uruguai. Também passou por outras regioes em Sao Paulo e Minas. É o que revela o monitoramento que a PF fez de alguns contatos do juiz.

Nicolau deverá ser interrogado pela Justiça Federal ainda esta semana. O juiz Casem Mazloum, que conduz os processos criminais abertos contra ele, poderá tomar o depoimento no prédio da Custódia da PF por questoes de segurança. Mazloum nao quer provocar "uma comoçao" à porta do fórum que possa colocar em risco a integridade do prisioneiro.

Há duas açoes penais contra o juiz. Uma sobre o superfaturamento das obras do Fórum Trabalhista e outra sobre evasao de divisas. Formalmente, ele é acusado de corrupçao passiva, formaçao de quadrilha, estelionato e peculato. Nicolau já foi interrogado sobre o dinheiro enviado para a Suíça. Ele tem um saldo de US$ 3,8 milhoes no Santander de Genebra e o apartamento de US$ 1,1 milhao de Miami, adquirido em nome da Hillside Trading, com sede nas Bahamas. Disse ter feito fortuna a partir da herança de um tio, José Cursio, "o maior alfaiate do Brasil".

O juiz Mazloum quer ouvir o réu sobre a licitaçao do Fórum Trabalhista. O Ministério Público Federal acusa Nicolau de ter forjado o processo de concorrência para contratar a Incal Incorporaçoes.




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