Já no fim do passeio, o barco atravessa o Igarapé dos Periquitos, formado por três diferentes tipos de manguezais. A área é farta em caranguejos. Não é à toa que o crustáceo é uma iguaria típica da cidade. Os animais preferem se alimentar das folhas de mangue vermelho, espécie que é base da medicina popular da região. E o povo costuma retirar brotos para fazer chás e banhos para tratar problemas intestinais e inflamações.
Mas a incursão pelo rio Parnaíba está longe de ser a única alternativa para os turistas. Há mais opções para os que não abrem mão do clima de aventura. Uma visita à Lagoa do Portinho, em Luís Correia, é uma boa pedida. Há duas formas para se chegar ao local: indo por uma estrada esburacada ou pela faixa de areia da praia. Seja qual for o caminho, o recomendável mesmo é alugar um carro com tração nas quatro rodas e motorista, um serviço oferecido pela maioria das pousadas.
O esforço vale a pena. No caminho, preste atenção às dezenas de carnaúbas presentes pela estrada. A espécie, resistente ao calor e à falta de chuvas desta área do Nordeste, é conhecida como a Árvore da Vida, já que todas as partes podem ser aproveitadas comercialmente ou na subsistência. Os nativos costumam retirar folhas para revestir os telhados. Atualmente, a extração da madeira é proibida devido ao risco de extinção.
A paisagem da Lagoa do Portinho muda a cada semana devido ao vento, responsável pela migração das dunas. Os pescadores, que também sobrevivem como donos de restaurantes de comida caseira, aprenderam na prática a respeitar o fenômeno.
“Muita gente teve de se mudar porque as casas acabaram debaixo da areia”, disse o pescador Francisco das Chagas de França, 54 anos, o Chico Isaura, um dos moradores mais antigos da área.
Já os que têm espírito consumista devem tomar o rumo dos morros de Mariana, a 10 km de Parnaíba, onde moram as rendeiras mais famosas da região. Lá, é possível achar camisas bordadas a mão que levam até um mês para ficarem prontas.
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