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Indonésio confessa participação no atentado de Bali
Da AFP
22/11/2002 | 17:25
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O suposto autor intelectual do atentado de Bali, Imam Samudra, preso na quinta-feira pelas autoridades da Indonésia, admitiu sua participação no ataque que matou quase 200 pessoas em outubro passado. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pela polícia, que revelou também o suspeito confessou também sua participação em outros atentados anteriores cometidos na Indonésia.

Imam Samudra, um indonésio de 35 anos, é engenheiro em informática, religioso, que se transformou em um terrorista. Ele é considerado um dos chefes da Jamaah Islamiyah (JI), uma rede regional supostamente ligada à Al Qaeda. Sua finalidade seria criar um Estado islâmico que englobe uma boa parte do Sudeste asiático.

O indonésio, natural de Java, explicou que escolheu os dois alvos em Bali, uma discoteca e um bar-restaurante, por causa do grande número de estrangeiros que freqüentavam estes locais.

Imam Samudra passou dois anos e meio no Afeganistão, onde aprendeu a manejar o fuzil de assalto americano M-16 e o Kalashnikov russo, e depois passou seis anos na Malásia, segundo a polícia. Nesse país, os principais chefes da JI se encontraram nos anos 90.

A polícia descreveu o indonésio como um militante decidido e sem medo de morrer. "Para ele existia uma injustiça: o assassinato de fiéis muçulmanos", explicou o chefe policial Da'i Bachtiar. "Ele está convencido de que tinha razão e quis levar a cabo uma Jihad (guerra santa) na Indonésia".

No total, cinco membros do comando de Bali foram detidos, entre eles um que comprou o carro que explodiu e uma parte dos explosivos e quem Samudra conheceu na Malásia.

Três colaboradores próximos a Samudra foram presos no Oeste de Java. A polícia procura agora mais sete suspeitos e tenta encontrar o computador portátil de Samudra.

Em Bali, o chefe da investigação, I Made Mangku Pastika, declarou que Samudra tinha "confessado tudo", inclusive um atentado contra uma igreja em Batam, outro contra um centro comercial em Jacarta e vários contra igrejas, em 2000.

O suposto líder espiritual da JI, Abu Bakar Bachir, detido em Jacarta, também é suspeito de participar dessa onda de atentados. Ele, no entanto, nega as acusações.

A Austrália cumprimentou a Indonésia pela prisão de Samudra, considerado um elemento chave da Jamaah Islamiyah. A polícia australiana mandou rapidamente a Bali mais de 100 agentes, que colaboraram na prisão dos supostos terroristas.

A explosão do dia 12 de outubro de um carro-bomba em frente ao Sari Club e a explosão anterior de outra bomba em um restaurante próximo, ambas em um bairro turístico de Bali, deixaram mais de 190 pessoas mortas, a maioria turistas estrangeiros, mais da metade australianos.




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