A explosão que atingiu a maior refinaria da British Petroleum (BP) nos Estados Unidos, situada na região de Houston, no Texas, deixou 15 mortos, "alguns desaparecidos" e pelo menos 100 feridos, de acordo com a empresa, mas os danos materiais no local e as conseqüências para o abastecimento do cru são pequenos, afirmaram analistas nesta quinta-feira.

A direção da companhia disse não suspeitar que a explosão tenha sido um ataque terrorista e garantiu que a primeira preocupação foi com as famílias das vítimas e não com a linha de produção.

Uma equipe do Departamento de Segurança Química do Governo americano estava no local investigando a causa da explosão, que ocorreu na unidade onde se adiciona o octano à gasolina, um combustível para diferentes tipos de motores. "A fábrica continua operando normalmente, menos duas das mais de 30 unidades que temos aqui", indicou o porta-voz da BP, Bill Stephens.

Os bombeiros trabalharam durante duas horas para controlar o fogo, após a explosão, que formou uma imensa coluna de fumaça preta no céu. A refinaria no Texas, de 486 hectares e localizada ao sul de Houston, garante 30% de toda a produção da BP nos Estados Unidos e 3% da totalidade da produção americana, de acordo com o site do grupo.

Horas depois da explosão, a BP ainda não podia confirmar suas causas, mas a possibilidade de atentado terrorista foi descartada pelas autoridades.

Mercado - Esta é a maior das cinco refinarias da British Petroleum nos Estados Unidos e a terceira maior do país. O complexo produz 460 mil barris de petróleo por dia -3% da produção total americana, e bombeia gasolina suficiente para encher o tanque de um carro a cada sete segundos. Mas os danos causados pela explosão não impedem que a produção de derivados continue. Apesar de os preços do petróleo terem começado a subir pela manhã, após a notícia da explosão, o mercado se acalmou.

Em Nova York, o barril de referência 'light sweet' para entrega em maio subiu ligeiramente e os operadores explicaram que o impacto da explosão foi compensando pelos especuladores.

Em informe a seus clientes, o corretor do Citigroup, Smith Barney, disse: "Esta é uma má notícia para o grupo, porque 14 pessoas morreram, mas o impacto sobre a atividade parece ser pequeno". Também o impacto sobre as finanças do grupo "não deve ser significativo", indicou um porta-voz em Londres.

Reincidência - Em março de 2004, a mesma unidade da British Petroleum já havia explodido. Semanas antes do incidente que coincidiu com as eleições presidenciais dos EUA, o FBI (Polícia Federal Americana) alertou que poderiam acontecer ataques no local. Na ocasião ninguém ficou ferido.