O Edifício São Vito, invadido por um grupo de sem-teto na madrugada de segunda-feira, foi desocupado após duas horas de tensão entre invasores e Polícia Militar. Cerca de 300 famílias ligadas a FLM (Frente de Luta por Moradia) invadiram o prédio em protesto contra o fim do bolsa-aluguel e a demolição do local.

A invasão ocorreu por volta da 0h30 de segunda-feira, quando manifestantes arrebentaram os blocos de concreto que fechavam a entrada do antigo edifício, desocupado na gestão Marta Suplicy, em 2004. Conforme os líderes dos sem-teto, a PM chegou logo em seguida e deu meia hora para que a ocupação fosse encerrada.

À 1h30, a PM isolou a maior parte dos invasores dentro do prédio de 26 andares. Líderes do movimento afirmaram que tentaram convencer os invasores a deixar o local. Pedras foram lançadas contra os soldados pelos adolescentes que estavam no meio da Avenida do Estado, na frente do prédio. Os policiais revidaram com bombas. Houve gritaria. Os ataques contra a polícia passaram também a vir de cima. Moradores do edifício vizinho ao São Vito se solidarizavam com os invasores. A confusão terminou por volta das 2h30.

Movimentos de moradia de dez Estados prometem realizar mobilizações e invasões de prédios hoje e nesta quarta-feira em protesto contra políticas de habitação popular. Só na capital paulista, eles querem invadir seis prédios – públicos e particulares – a partir das 22 horas de quarta-feira.

Em carta aberta, a UNMP (União Nacional por Moradia Popular) afirmou que as medidas do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destinaram R$ 2,6 bilhões à habitação, mas deixaram só metade do valor sob controle do Conselho Gestor do Fundo Nacional para Habitação de Interesse Social.