O juiz Camilo Ribeiro Ruliere, da 38ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, se recusou a julgar o pedido prisão temporária de quatro fiscais suspeitos de enviar ilegalmente cerca de US$ 33 milhões para contas na Suíça. Segundo o magistrado, que encaminhou o caso à 3ª Vara Criminal Federal, algumas das acusações contra os fiscais são de âmbito federal e devem ser julgadas por uma instância superior.

Um juiz da 3ª Vara Criminal Federal já recebeu o caso e pode julgá-lo ainda nesta sexta-feira.

O pedido foi feito na quinta-feira pela promotora Ana Paula Cardoso, que tendeu uma solicitação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Os acusados são Rodrigo Silveirinha Corrêa, Carlos Eduardo Pereira Ramos, Lúcio Manuel Picanço dos Santos e Rômulo Gonçalves.

CPI - O presidente da CPI, deputado Paulo Melo (PMDB), disse que os depoimentos prestados nesta quinta pelos quatro fiscais possuem muitas contradições. Ele destacou a incompatibilidade dos bens dos acusados e seus salários, que podem comprovar o desvio do dinheiro. Como exemplo, o fato de Silveirinha declarar que tem rendimento mensal de R$ 10 mil, mas comprou um terreno avaliado em R$ 300 mil.

Melo disse que nos próximos dias o ex-secretário de Fazenda Carlos Antonio Sasse e o atual secretário de Controle, Fernando Lopes, serão chamados para depor. Também devem ser ouvidos os envolvidos na tentativa de extorsão contra a Light. Ele informou ainda que na próxima semana procuradores suíços entrarão em contato com o governo federal para facilitar a troca de informações.