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Greve da Receita prejudica 20 mil no Grande ABC
Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
02/08/2005 | 08:52
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Cerca de 20 mil pessoas devem ficar sem atendimento nas agências da Receita Federal do Grande ABC até sexta-feira. A greve de 120 horas (cinco dias), aprovada pelos técnicos do órgão na semana passada, durará pelo menos até o fim desta semana. Na quinta-feira, outra assembléia será realizada para definir o rumo da paralisação, a partir da próxima segunda.

Na região, a greve da Receita Federal atinge os 85 trabalhadores ativos, que atuam nos dois Cacs (Centro de Atendimento ao Contribuinte) – em Santo André e São Bernardo – e nas agências de São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires. De acordo com dados da Receita, cerca de 4 mil pessoas são atendidas diariamente na região.

A paralisação teve início em 20 de julho passado, mas as agências funcionaram por três dias desde então. Os servidores protestam contra a forma como foi conduzida a criação da Super Receita, que irá unir a Secretaria da Receita Federal com a Auditoria Previdenciária, determinada pela medida provisória 258. De acordo com o governo, a medida foi tomada para melhorar a fiscalização e arrecadação de impostos no país.

"Não somos contra o projeto. Só queríamos ter participado das discussões. Seria uma oportunidade para reestruturar o plano de carreira e unificar os cargos de auditor fiscal e técnico", esclareceu Hamilton Mathias, delegado regional de Santo André e São Bernardo do Sindireceita (Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal).

A orientação da entidade é para que parte dos técnicos, que estarão de plantão nas agências, atendam pessoas portadoras de deficiência física, gestantes, idosos e cidadãos no último dia de prazo para entrega ou retirada de documentação. Entre os serviços prestados pelas agências estão expedição de CNPJ e CPF, cálculos de tributos e de encargos, entre outros.

Para o presidente da Anasps (Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social), Alexandre Barreto Lisboa, a criação do Receitão enfrentará algumas dificuldades. Segundo ele, são 80 anos de cultura diferenciada e sistemas de base de dados totalmente opostos. Ele indica ainda que a medida não servirá para reduzir o déficit do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que chegará a R$ 100 bilhões em três anos de governo Lula.




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