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Iraque ameaça retaliar países em caso de ataque dos EUA
Do Diário OnLine
28/01/2003 | 17:05
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O vice-premiê iraquiano, Tareq Aziz, disse nesta terça-feira que o Iraque não vai atacar alvos em solo norte-americano no caso de um ataque dos EUA, mas que vai revidar em países como o Kuwait. Momentos depois, o ministro da defesa do Kuwait rebateu a ameaça afirmando que o Iraque "pagará caro" em caso de um novo ataque contra o emirado, que já foi ocupado durante sete meses pelas tropas iraquianas, entre 1990 e 1991.

"O Kuwait é um campo de batalha e as tropas americanas estão no Kuwait se preparando para atacar o Iraque", afirmou o diplomata iraquiano. "Se houver um ataque a partir do Kuwait não posso dizer que não responderemos. É claro que responderemos às tropas americanas de onde quer que iniciem sua agressão contra o Iraque. Isso é legítimo", acrescentou.

"O governo iraquiano pagará caro se ameaçar a segurança, a soberania e a integridade territorial do Kuwait", afirmou o ministro da Defesa, xeque Jaber al-Mubarak al-Sabah, num comunicado citado pela agência de notícias Kuna.

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, mantém seus preparativos de guerra. Está previsto para a noite desta terça seu mais importante pronunciamento anual no qual falará sobre a guerra. Ele não vai declarar o confronto, garantiram fontes, mas vai justificar novamente a preocupação americana com Saddam Hussein - dizendo que ele armazena armas químicas e biológicas, tenta construir uma bomba atômica e tem escapado da resolução da ONU que ordena seu desarmamento enganando os inspetores.

Washington já deu sinais que está perdendo a paciência com o Iraque depois que o chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, e Mohammad ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, apresentaram na segunda-feira um relatório sobre os 60 dias de buscas por armas não-convencionais no Iraque.

No relato, Blix disse ao Conselho de Segurança da ONU que Bagdá havia cumprido as exigências das Nações Unidas relutantemente e que o país pode ainda possuir armas biológicas e foguetes.

Em resposta, Aziz disse que havia apenas dois pontos discrepantes entre o Iraque e os inspetores: a questão sobre se os aviões de vigilância podem ser usados para espionagem e as condições sobre as quais os cientistas iraquianos poderiam ser entrevistados.

O vice-premiê iraquiano, no entanto, prometeu mais cooperação no futuro. "Eles estão pedindo mais cooperação do Iraque. Ok, deixe-os dizer isso. Nós estamos fazendo isso", disse em uma entrevista para uma rede de televisão canadense em Bagdá.




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