O Ministério Público de Goiás abriu, nesta segunda-feira, um inquérito para investigar se houve uso indevido de dinheiro público para financiar a Marcha dos Sem Terra para Brasília. A promotoria alega que há indícios de que o governo do Estado e a Prefeitura de Goiânia cometeram o crime de Improbidade Administrativa quando doaram R$ 400 mil para a Marcha dos Sem Terra.

De acordo com os promotores, a quantia liberada teria sido usada para custear parte da alimentação, os 100 banheiros químicos e os 250 mil litros de água consumidos por dia pelos Sem Terra. Uma estrutura de apoio acompanha toda a caminhada.

Segundo o Jornal Nacional (Rede Globo), os promotores questionam a explicação de que o dinheiro de fundos de emergência estaria ajudando pessoas necessitadas. O promotor de Justiça Fernando Krebs ressaltou, de forma irônica, que pessoas necessitadas não dispõem de 300 ônibus, 15 caminhões, de trio elétrico, de 10 mil rádios, rádio móvel.

Agora, o Ministério Público tem 30 dias para ouvir os coordenadores do MST e os representantes do governo de Goiás e da Prefeitura de Goiânia, responsáveis pela doação. Caso fique comprovada alguma irregularidade, os promotores vão entrar com uma ação pedindo que o dinheiro usado pelos Sem Terra seja devolvido.