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Técnicos da região sem prestígio
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
03/05/2011 | 07:16
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A decadência dos clubes do Grande ABC passa pela pouca importância dada ao trabalho dos treinadores. O Santo André, por exemplo, concedeu férias aos jogadores sem definir ao menos se Sandro Gaúcho permanece no comando. O São Bernardo é ainda pior. Não prorrogou o contrato de Estevam Soares e segue sem treinador. Por mais incrível que possa parecer, o mais estável é Ademir Fonseca, do São Caetano, que por enquanto segue no time.

Mesmo sem técnicos, os times iniciaram reformulação para os desafios do segundo semestre. Parece, portanto, que a figura do treinador para os dirigentes regionais é cada vez mais figurativa. Sua autoridade, no máximo, se resume às quatro linhas. Tratar de reforços, renovações e até das características dos contratados é responsabilidade da diretoria, que contrata aos montes, em negociações cada vez mais sigilosas e depois cobra resultados. Se este profissional não conseguiu, fácil, substitui por outro.

Ademir Fonseca, do São Caetano, deixou evidenciado na semana passada que não opina sobre reforços. Quem decide tudo são os dirigentes. No Santo André e no São Bernardo, aparentemente, é a mesma coisa. Então como é que pode se responsabilizar treinadores pelos fracassos?

O receio da diretoria, possivelmente, seja descentralizar o poder. Em 2009, durante o Campeonato Brasileiro, o Santo André confiou em Alexandre Gallo, recém-contratado. O técnico, porém, sugeriu várias contratações e depois de sete jogos pediu demissão e sumiu, deixando herança onerosa ao clube.

Além de tirar poder dos treinadores, os clubes regionais, nitidamente, fazem questão de mostrar que esses profissionais andam pisando em ovos. Pintado e Ruy Scarpino, que foram demitidos de Santo André e São Bernardo, conseguiram livrar seus atuais clubes, Linense e Ituano, respectivamente, do rebaixamento, enquanto que os representantes do Grande ABC terão de disputar a Segundona do Paulista no próximo ano.

Ademir Fonseca destoou. Ele aceitou o desafio de assumir o Azulão com um ponto conquistado em 12 disputados, após quatro rodadas sob o comando de Toninho Cecílio e do interino Marcio Griggio. Mostrou competência e quase classificou o clube para às quartas de final, terminando em nono lugar. Mesmo assim, não se sente seguro. "Você percebe que os times de mais sucesso são os que conseguem manter o treinador por bom período. Você cria uma identidade no clube. Mudar toda hora é ruim para todo mundo", disse o técnico.

 




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