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Curso ensina a controlar as contas
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
24/06/2008 | 07:15
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Num período em que a inflação apresenta consecutivas altas e a taxa básica de juros, a Selic, já registra 12,25% ao ano, controlar os gastos do orçamento familiar é uma maneira de fazer o salário durar até o final do mês.

Parece uma tarefa difícil, mas o assistente de direção do Procon-SP, Diógenes Donizete, afirma que é só uma questão de mudança de hábito. Levantamentos do órgão mostram que apenas duas em cada dez pessoas sabem administrar bem suas finanças. "Cerca de 60% da população tem algum tipo de dívida. E isso ocorre porque elas não sabem fazer o controle da renda", afirma Donizete.

A cultura brasileira de poupar somada à estabilidade econômica e parcelas a perder de vista também influenciam no ‘descontrole financeiro'. Para o professor de economia da Universidade Municipal de São Caetano, Francisco Funcia, "o desejo de gasto é maior que o de compra. Somos bombardeados pela propaganda, pela rapidez com que os produtos se tornam obsoletos a cada ano e isso cria uma necessidade de consumo."

A diferença entre desejo e necessidade é importante na hora de evitar gastos supérfluos. "É preciso avaliar a real necessidade do que pretendemos comprar e se o investimento compensa. Não se pode comprar por impulso ou porque está barato", explica o assistente de direção do Procon.

Somar o limite do cheque especial e do cartão de crédito à ‘renda disponível' é um erro comum. "O dinheiro do limite pertence ao banco, que cobra juros salgados nesse empréstimo. As pessoas esquecem disso e o salário entra, mas não cobre o limite", afirma Donizete.

Comparar o valor de uma prestação ao salário é outro erro. "Na hora de fazer as contas, o consumidor deve saber se a parcela cabe no que sobrou do salário, porque há gastos que são fixos". Por isso, Donizete aconselha que o consumidor prefira pagar à vista. "É ilusão acreditar que não há juros embutidos nas parcelas. Quando se paga no ato, o cliente pode pechinchar."

Vilões - Pequenas compras são os grandes vilões da economia. "São gastos que não são controlados, como, por exemplo, o chope com os amigos na sexta-feira, o chocolate antes do trabalho. Somando isso, no final do mês já se foi boa parte do salário", explica Donizete.

O pintor Vanderlane Câmara Silva, 26 anos, confessa que não sabe o quanto gasta com o que ele define como ‘bobagens'. Eu compro um doce aqui, tomo um chope alí e no fim do mês não sei o quanto esses gastos representaram."

Dicas - Fazer uma lista antes de ir ao mercado, não levar crianças e estar alimentado antes das compras podem garantir economia de até 15%.

Evitar cartão de crédito e débito em passeios pelo shopping também evita gastos desnecessários. "O ideal é que a pessoa só saia com o dinheiro planejado. Assim evita a tentação de gastar com promoções"

Serviço - No dia 30, o Procon-SP oferece palestra gratuita sobre orçamento familiar. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 3824-7065 ou pelo site http://www.procon.sp.gov.br.




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