Economia Titulo Seu bolso
Juros para pessoa física caem e
atingem menor taxa desde 1995

Na média, custo dos empréstimos chegou ao patamar de
6,25% em abril; esta foi a terceira queda registrada no ano

Erica Martin
Gilmara Santos
10/05/2012 | 07:30
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Os juros médios das operações de crédito para pessoas físicas tiveram, no mês passado, a terceira queda do ano. É o que revela pesquisa divulgada ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Entre dezembro e abril, a taxa média anual para o consumidor saiu de 114,84% para 106,99% - diferença de 7,85 pontos percentuais.

De acordo com o diretor executivo de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a queda supera a da taxa básica de juros, a Selic, que nos últimos cinco meses deixou o patamar de 11% e chegou a 9% ao ano - redução de dois pontos percentuais. "Em parte, o resultado reflete as mudanças das taxas de juros que começaram a ser anunciadas pelos bancos públicos em abril", comentou Ribeiro.

O representante da Anefac também explicou que a pressão do governo - que teve início no ano passado - para que as instituições financeiras reduzissem as taxas e o spread bancário (diferença entre os juros que os bancos pagam para tomar crédito e a taxa que cobram dos clientes) contribuiu para que as taxas pagas pelos consumidores caíssem.

Portanto, segundo ele, a queda dos juros para o cliente bancário nem sempre estará relacionada às decisões que o BC (Banco Central) tomará em relação à Selic. "Haverá momentos em que a Selic não vai cair e os juros bancários vão", explicou.

QUEDAS - Em abril, apenas o custo para quem usa o cartão de crédito rotativo se manteve estável, em 10,69%. As outras cinco modalidades de financiamento direcionadas para o consumidor sofreram diminuições. A taxa média do crédito recuou de 6,33% para 6,25% - a menor taxa da série histórica, que começou em 1995. A maior queda de juros ocorreu no empréstimo pessoal, que partiu de 3,84% em março para 3,69% no mês passado.

MAIS CORTES - O Banco Sofisa Direto anunciou ontem que baixou a taxa de juros do saque especial para 1,35% ao mês. O saque especial Sofisa direto funciona como um cheque especial eletrônico e é exclusivo para os clientes da instituição financeira. Ele foi criado para que os correntistas possam usar seus recursos a qualquer momento até o vencimento de suas aplicações sem ter de desmontar sua estratégia de investimentos.

PROTESTO - Ontem cerca de 100 pessoas com cartazes de protesto e carro de som interditaram duas das seis faixas da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em frente à sede dos cartões Visa, na Capital.

O grupo, formado por integrantes da UGT (União Geral dos Trabalhadores), reivindica a redução dos juros nos cartões de crédito.

 

Empresas também se beneficiam com crédito mais barato

As empresas também se beneficiaram da diminuição dos juros em abril. As três linhas de crédito pesquisadas pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) apresentaram redução. A taxa média geral para pessoa jurídica caiu 0,07 ponto percentual passando de 3,7% ao mês (54,65% ao ano) em março para 3,63% ao mês (53,40% ao ano) em abril - menor percentual desde dezembro de 2009.

MAIS REDUÇÕES - Ontem o BB ( Banco do Brasil) anunciou nova rodada de redução dos juros nos empréstimos, desta vez para as micro e pequenas empresas. Entre as mudanças está a criação de taxa única de 3,94% ao mês no cheque especial das companhias. O novo patamar representa diminuição de 56,8% do custo do crédito. O barateamento do financiamento está alinhado com o plano do governo federal de acelerar a economia com a oferta de mais crédito e juros menores.

O cheque especial empresarial com juros únicos é apenas para clientes que contratarem a chamada "assessoria financeira pessoa jurídica", serviço que monitora o uso do cheque especial e do cartão de crédito. Nesse programa, o BB indica à empresa as melhores alternativas para o uso do dinheiro.

A taxa mínima da linha BNDES capital de giro Progeren caiu de 0,96% ao mês para 0,89%. Já na linha BB Capital de Giro Mix Pasep, passou de TR (Taxa Referencial) somada de 2,14% para TR mais 0,99%, o que equivale a cerca de 1,01% ao mês e representa redução de 53% na taxa. EM e GS (com agências)




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