Com "Crooner', CD que foi lançado no ano passado, Milton aproximou-se do seu amplo universo de fas, uma geraçao de românticos e boêmios. "Foi um grande barato passear pelo Brasil e por países como França e Itália com esse repertório", diz. Milton conta que, durante a turnê pelo interior do país, muitos veteranos foram participar dos espetáculos. "Abrimos um espaço para os cantores da regiao e muita gente boa apareceu, as estrelas da noite."
"No Rio, Os Cariocas foram lá e deram uma canja; estou esperando que eles apareçam por aqui". Outro motivo de alegria para ele foi o fato de retomar sua parceria com Wagner Tiso.
Para o repertório do CD, Milton sofreu com uma seleçao de quase 200 composiçoes. "Muita coisa ficou de fora e agora parece que a Globo vai lançar um disco promocional com algumas dessas músicas, até mesmo o disco vai ser reeditado com o "Crooner" com uma faixa bônus, "Killing Me Softly", que será tema de uma novela", informa. O próximo trabalho de Milton será com Gilberto Gil, um disco que terá composiçoes de ambos. "Sempre o admirei, mas tínhamos pouco contato", conta. "O CD ainda está sendo produzido nos estúdios de Carlinhos Brown, na Bahia, e no de Guto Graça Mello, no Rio".
O disco terá percussionistas da Bahia, do Rio e de Minas. Do novo repertório, Milton indica que duas músicas deverao fazer parte dele: "Cançao do Sal", dele e que Elis cantou, e "Bom Dia", uma parceria de Gil com Nana Caymmi. "Elas sao muito significativas para nós", afirma. O show ocorre amanha e sábado, no Olympia.
Martinho da Vila - Outra grande opçao é a estréia de "Lusofonia", o novo disco de Martinho da Vila. A partir desta sexta até domingo, no Tom Brasil, ele apresenta esse repertório, que foi baseado em uma pesquisa a partir da qual ele reuniu composiçoes próprias e de autores provenientes de países também colonizados por portugueses, como Moçambique e Cabo Verde. Para isso, ele conta com participaçao dos artistas Tabanka Djaz (Guiné Bissau), Don Kikas (Angola), Celina Pereira (Cabo Verde), Astra Harris (Moçambique) e da filha Martnália.
O Boteco do Cabral é também um das atraçoes interessantes. O homenageado é o mestre Geraldo Pereira, que será interpretado por Nelson Sargento e Noite Ilustrada. Pereira é contemporâneo de Ari Barroso e Joao Gilberto gravou alguns dos seus sambas. Sua carreira foi curta. Começou em 1939 e acabou em 1955, quando morreu aos 37 anos. O show será nesta sexta, no Sesc Ipiranga.
Há muitas opçoes musicais e será difícil escolher. Uma das imperdíveis é o espetáculo do grupo Afro-Cuban All Stars, na Via Funchal. A direçao musical é do pioneiro Juan de Marcos González, que faz parte do elenco do documentário "Buena Vista Social Club", de Wim Wenders. Para quem nao foi aos shows do Heineken, vale conferir agora a apresentaçao de Cesaria Evora. Além de emocionante, o seu trabalho é um dos mais importantes registros da cultura de Cabo Verde. Ela estará somente amanha, na Casa de Portugal. Entre as poucas cançoes que nao sao cantadas nos dialetos da regiao, está a bela releitura de "É Doce Morrer no Mar", de Dorival Caymmi.
Jair Rodrigues, que se apresentou no projeto Vitrine MPB Ano II, ontem, faz o seu animado espetáculo na Choperia do Sesc Pompéia (o lugar ideal para o seu samba). Lá, ele canta músicas do disco ao vivo "500 Anos de Folia". Outro show bem animado é do Ira!. O grupo se apresenta no Sesc Itaquera, a preços populares, tocando o repertório de "Isso É o Amor" e alguns clássicos. Os veteranos do rock rural Sá & Guarabyra sao a atraçao do projeto Duplas, no Centro Cultural Sao Paulo, sexta e sábado.
Ney Matogrosso faz o último show do novo CD, "Vivo", sábado, na Via Funchal e, para reviver momentos românticos importantes na MBP, Ivor Lancellotti canta seus clássicos como "Abandono", "Sem Compromisso", "Convite" e "Clarao". Composiçoes que foram interpretadas ao longo de 30 anos por grandes nomes.
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