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Camelôs enfrentam guardas e PMs no Centro do Rio de Janeiro
Do Diário OnLine
Com Agências
26/11/2003 | 23:29
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Um confronto envolvendo camelôs, policiais militares e guardas civis tumultuou o Centro do Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas – três guardas e três pedestres. Um carro da Prefeitura carioca foi depredado e outro, incendiado pelos camelôs. Trinta e cinco pessoas foram presas. A confusão complicou o trânsito nas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas – duas importantes vias da região. Os comerciantes das ruas da Carioca e Uruguaiana foram obrigados a fechar as lojas.

O conflito foi iniciado por causa da ação dos guardas municipais para coibir o comércio ilegal no centro da cidade. Armados com paus e pedras, os ambulantes reagiram à fiscalização e atacaram os agentes da Prefeitura. Até morteiros foram atirados contra os guardas. Houve pânico e correria entre as pessoas que transitavam pelo local. Uma mulher foi atropelada quando tentava escapar do tumulto.

Por volta das 14h30, 1h30 depois do primeiro confronto, os camelôs se uniram novamente e promoveram mais uma investida contra os guardas. Uma porta de vidro da agência do Banco do Brasil foi quebrada, atingida por um morteiro. Houve novo corre-corre.

Diante do novo ataque, o Batalhão de Choque da Polícia Militar foi convocado para tentar controlar o tumulto. Os camelôs tentaram fugir em direção à Praça 15 e à avenida Rio Branco, mas 35 deles foram presos por policiais do Choque. Todos foram encaminhados à 1ª Delegacia Policial.

Terror - Mesmo acostumados com a rotina de confrontos entre camelôs e guardas, pedestres e lojistas se chocaram com tamanha violência. "Nunca vi nada igual", disse Mailine Vilela, 20 anos, que trabalha há um ano como vendedora de uma loja de bolsas e sapatos. A loja fica na Sete de Setembro, perto do cruzamento onde a picape foi queimada. "Fiquei aterrorizada, porque achei que o carro explodiria a qualquer momento."

O dono da loja, Casimiro Neves, 48 anos, está desde 1999 no ponto e considera que os conflitos estão cada vez piores. "A guarda não reprime os camelôs de forma eficaz. Eles jogam pesado e é preciso jogar pesado também", disse Neves.

Ele lembrou que, com a proximidade do Natal, os camelôs tendem a pressionar mais, porque, com a repressão, estão deixando de vender.

Para a Secretaria Municipal de Governo, a ação foi uma represália à nova estratégia de combate aos vendedores irregulares, de forte ocupação na Sete de Setembro, entre as ruas Uruguaiana e da Quitanda, das 8h às 20h. O objetivo é afastar de vez os ambulantes da região, impedindo-os de montar suas barracas. A Guarda aumentou de 90 para 110 o número de agentes por causa do fim do ano.




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