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União e trabalho voluntário levam escola à tricampeonato
Gabriela Araújo
Especial para o Diário
09/10/2005 | 08:52
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A quadra não tem cobertura e se chover não tem treino. A rede não tem antena e a bola tem poucos gomos. As condições adversas são inúmeras, mas não foram suficientes para impedir a conquista, no mês passado, do tricampeonato de vôlei da Escola Estadual Dr. Carlos de Campos, nos Jogos Escolares de Santo André.

Alunos, professores, direção e um voluntário unem esforços para fazer com que a escola pública possa jogar contra as particulares com o máximo de igualdade possível. E o esforço vem dando certo já que a equipe campeã do vôlei deste ano, a C masculina, só enfrentou escolas particulares durante toda a competição e não fez feio.

Ricardo Andrade Routulo é o voluntário que trabalha com a equipe vencedora. Os meninos treinam duas vezes entre segunda e sexta, e aos finais de semana. “Para eles tudo bem abrir mão desses dias para vir treinar. Ganhamos e lutamos juntos”, diz o voluntário que é ex-aluno da Carlos de Campos.

O envolvimento de Ricardo com o vôlei começou em 1998, quando iniciou treinamento na própria escola, venceu os Jogos Escolares Estaduais e foi para a equipe de Santo André. Em 2003, Ricardo assumiu os treinos de vôlei da escola no lugar de um professor que se aposentou e de lá para cá só vieram títulos. “O que sinto pela escola é muito forte. Eles têm garra, determinação, é isso que chama a atenção. Estou unindo o útil ao agradável, existe uma relação de amizade entre nós”.

Para que os atletas possam participar dos jogos, muitas vezes os próprios professores levam as equipes em seus carros, ou os alunos, mesmo os que não fazem parte do time, dão trocados para ajudar no ônibus ou no aluguel de vans.

A professora de educação física Rosemari Avila Piratelo também é responsável pelos treinamentos das equipes e destaca o envolvimento dos alunos. “Temos dificuldade com uniformes, transporte, alimentação. A direção espreme a verba daqui, conversa com os professores, com a tia da cantina, sempre procurando nos ajudar. Mas os bons resultados são conquistados graças à disposição dos alunos”.

E se as condições não são as melhores para os treinamentos, é o talento dos jogadores que precisa brilhar ainda mais. E brilham. Um dos alunos da escola já está treinando na equipe infantil de São Caetano. Everton Santos Lima tem apenas 15 anos e rotina de profissional. Além de treinar quatro vezes por semana em São Caetano, Everton nunca falta nos treinos da escola aos finais de semana. “Assim como o Ricardo abre mão dossábados e domingos para vir nos treinar nós também temos que abrir. Se ele tem disposição nós também temos”, disse o ponta da escola.

Outros títulos também foram conquistados este ano. As equipes C femininas de basquete e futsal também chegaram ao lugar mais alto do pódio nos Escolares. Assim como o vôlei, o basquete também enfrentou o Colégio Singular na final. “Ganhar de escola particular tem um gostinho diferente. Ficamos muito, muito alegres”, diz a jogadora de vôlei Daiane Souza da Silva, que este ano não foi campeã, mas ficou com a segunda posição.

E por mais que a receita pareça batida, a professora Rosemari garante que o segredo do sucesso é a união. “Ninguém aqui trabalha por si. É a garra dos alunos, professores e direção, a colaboração de todos juntos pelo colégio, a responsável pela conquista dos bons resultados”.




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