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Pela paz com evangélicos
13/10/2010 | 09:36
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Da AFP


Alvejada pela polêmica do aborto no primeiro turno da disputa, Dilma Rousseff (PT) vai garantir hoje a líderes evangélicos de todo o País que, se for eleita, não enviará ao Congresso projeto de lei para legalizar a interrupção da gravidez. Mais: a candidata do PT à Presidência reafirmará, no encontro, o que classifica como "compromisso de fé" com a liberdade religiosa.

A reunião entre Dilma e evangélicos de várias denominações foi preparada sob medida pela coordenação da campanha para estancar a sangria de votos entre cristãos e tentar pôr ponto final na guerra santa em que se transformou a corrida presidencial. O encontro ocorrerá em um hotel de Brasília e deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na hora do almoço.

Após visitar o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, onde rezou e conversou com católicos, Dilma fará agora um afago aos evangélicos. O comando petista avalia que subestimou a questão do aborto na primeira rodada e não quer deixar a polêmica crescer.

Na tentativa de enfrentar o problema, a coordenação da campanha de Dilma foi remontada para dar assento a políticos que integram a Frente Parlamentar Evangélica ou são próximos à Igreja Católica. São eles que farão a interlocução, a partir de agora, com bispos, padres e pastores e atuarão como uma espécie de porta-vozes da candidata.

"Vamos deixar claro que, a exemplo do governo Lula, a gestão de Dilma não entrará em assuntos como aborto ou união civil entre homossexuais. Trata-se de temas muito afeitos ao Congresso e a Igreja tem de pressionar os parlamentares para travar essa luta lá dentro", afirmou o senador eleito Walter Pinheiro (PT-BA), que é evangélico. "O Estado é laico".

Para Pinheiro, o candidato do PSDB, José Serra, inventou um "medidor de Espírito Santo" para a disputa. "Serra encarnou o inquisidor, como se tivesse dedicado toda a vida dele a Deus", ironizou o petista, hoje integrante da coordenação da campanha de Dilma.

"Não dá para ficar refém dessa retórica porque Serra tem se utilizado da boa fé das pessoas para assacar mentiras", emendou o presidente do PT, José Eduardo Dutra.




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