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Superação vence adversidade por goleada
Henrique Munhos
Especial para o Diário
08/02/2011 | 07:53
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Marina Brandão/DGABC


Erivaldo de Jesus da Paz, 27 anos, não é profissional, nem tem o futsal como ganha-pão. É mais um entre tantos que disputam os campeonatos amadores de São Bernardo. Porém, o esporte foi o ponto de partida para uma nova vida após um acidente que provocou a amputação dos braços quando tinha apenas 12 anos. "O futsal me inseriu de volta à sociedade, fez com que eu voltasse a me relacionar com as pessoas", afirma.

Na infância, o menino preferia andar de bicicleta e soltar pipa ao futebol. E foi justamente essa segunda diversão que fez com que Erivaldo perdesse os braços. Ao tentar pegar um pipa de um fio de alta-tensão, sofreu uma descarga elétrica que resultou na amputação.

Se engana quem pensa que Erivaldo entrou em depressão. "Claro que bateu a tristeza quando soube. Porém, tinha a consciência que ninguém foi culpado por aquilo que aconteceu. Eu quem procurei. Então tinha que levantar a cabeça e seguir em frente."

E o menino seguiu. Sessões de fisioterapia eram diárias. Logo após o problema, voltou a escola. As provas eram feitas oralmente. Dois anos depois, desenvolveu a escrita com os pés. E o futebol passou a fazer parte da sua vida. "Voltei a jogar no bairro, com meus amigos. E depois de um tempo comecei a disputar os campeonatos da cidade."

O equilíbrio ainda não era o ideal. "Tinha algumas dificuldades, principalmente para cair. Achava que tinha os braços ainda, e por isso machucava bastante quando ia ao chão", recorda.

E assim passou a encarar as dificuldades. "Nunca sofri preconceito direto. Deve ser muito ruim. A minha única dificuldade é pela falta de informações das pessoas." E foi assim na época do vestibular. "Liguei para quatro universidades, avisando da minha deficiência e que iria fazer a prova com os pés. Apenas uma me respondeu", a FEI, onde cursou Administração de Empresas.

Hoje ele é responsável pelo time de futsal Resto do Mundo, que disputa todos os campeonatos amadores da cidade e aos domingos, ele é encontrado pelos ginásios da cidade. "Agora o problema é a parte física. Ta difícil correr atrás dos meninos", brinca.

Consciente, Erivaldo tenta tirar lições das dificuldades. "Sei que posso ser exemplo para muitas pessoas, e mesmo com um problema sigo em frente e praticando esporte. Isso para mim já vale muito a pena", finaliza.




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