Com o objetivo de atrair investimentos de empresas brasileiras para a Holanda, a Agência Neerlandesa de Investimentos Estrangeiros iniciou ontem suas atividades no País. O escritório fica no consulado da Holanda em São Paulo e vai fornecer consultoria gratuita e sigilosa para companhias que quiserem investir no mínimo 500 mil euros ou gerar pelo menos cinco empregos naquele país.

Entre 20 e 30 empresas brasileiras já estão na Holanda, como Petrobras, Braskem, Copersucar, Cutrale, Villares, Brasil Foods e Bertin. O objetivo é atrair novas companhias em setores eleitos como estratégicos, como o de alimentos processados, aeronáutico, farmacêutico, logístico e energia.

"Temos o maior porto da Europa e terceiro do mundo e movimentamos 450 milhões de toneladas de grãos por ano, dos quais 10% são provenientes do Brasil", diz o diretor da Rotterdam Development Cooperation Agency, Arnoud Besseling.

A Agência Neerlandesa de Investimentos Estrangeiros existe desde 1978 e possui escritórios em 19 países. A atuação estava praticamente restrita às maiores cidades dos Estados Unidos e de alguns países da Ásia.

Nos últimos cinco anos, a agência abriu representações em Istambul, Dubai, Nova Délhi, Xangai e Pequim. Os contatos no Brasil começaram há dois anos. "Com certeza não somos os únicos que descobriram o Brasil. Acabo de vir de reunião entre agências de promoção de investimentos do mundo todo e o Brasil foi mencionado diversas vezes. A tendência era China e Índia, e agora é o Brasil", disse o diretor da agência, Serv Wiemers.

"Já trabalhei em mais de 20 países, mas nunca estive em um tão otimista quanto o Brasil", afirmou o cônsul geral da Holanda em São Paulo, Louis Piët. "É muito diferente da Europa, onde a crise abateu as pessoas. No Brasil, não. As pessoas têm espírito empreendedor, olham para a frente e se concentram naquilo que é possível. Vocês já passaram por tantas crises, tiveram inflação de mais de 1.000% ao ano. Gostaríamos de levar esse espírito para lá."