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Desenvolvimento econômico é desafio para Lula
Do Diário do Grande ABC
30/10/2006 | 00:03
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Os brasileiros deram mais quatro anos para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estenda seu governo, focado no primeiro mandato na inclusão social e na estabilidade econômica. Com uma vitória previsível na maioria dos Estados do Norte e Nordeste e o predomínio do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) no Sul, o petista tem pela frente o desafio de iniciar um processo centrado no desenvolvimento econômico.

Os integrantes do primeiro escalão do atual governo, que deve sofrer alterações, saem do segundo turno com um discurso unificado em torno das novas metas da gestão petista: a estabilidade é importante, mas o desenvolvimento econômico será a próxima prioridade.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) recomendou, por meio de nota, que o governo insista num novo elenco de reformas, a começar pela tributária. “A economia precisa reduzir seus custos para produzir mais e ampliar a base da arrecadação fiscal. A reforma trabalhista também é vital para que as empresas produzam novas vagas de emprego”, considerou o presidente da Federação, Márcio Cypriano, acrescentando que faltam tarefas a cumprir e que a agenda é bem conhecida

Cypriano afirmou que um programa de modernização da infra-estrutura brasileira é urgente para o objetivo de crescer sem solavancos. “Nossas estradas, ferrovias, aeroportos e o setor energético, por exemplo, precisam ser reformados e atualizados para o Brasil entrar na era da economia global”, defendeu.

A indústria quer que o novo governo racionalize os gastos públicos, abrindo espaço para retomar o crescimento econômico. “A prioridade do novo governo é a questão fiscal. O governo precisa assumir uma nova postura na área fiscal, controlar, racionalizar e até mesmo cortar gastos, para que o setor público recupere sua capacidade de investimento e o setor privado possa ser desonerado gradualmente com a redução da carga tributária”, disse domingo o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, também em comunicado. “O Brasil precisa crescer mais e melhor. Para isso, é necessário completar o ciclo de reformas e, sobretudo, priorizar a agenda pró-crescimento."

Monteiro Neto e Paulo Skaf, que é vice-presidente da CNI e presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), já haviam anunciado antes da eleição que apoiariam qualquer que fosse o vencedor. Em contrapartida, cobrariam a aprovação de reformas econômicas e reforçariam a pressão do empresariado no Congresso Nacional, pois avaliavam que o novo presidente teria dificuldades em obter maioria no Legislativo. No comunicado o presidente da CNI ressaltou a urgência de se retomar a reforma tributária, a redução da burocracia, o estímulo aos investimentos privados, o fortalecimento das agências reguladoras.

‘Era Palocci’ – O economista Paulo Nogueira Batista Júnior espera mudanças na política econômica no segundo governo do presidente reeleito. No entanto, para que seja decretado o "fim da era Palocci", como defendeu domingo o ministro das Relações Insititucionais, Tarso Genro, Batista Júnior defende mudanças no Banco Central.

“Lula sabe que tem de ter uma política monetária, cambial e fiscal mais voltada para o desenvolvimento, mas é muito cauteloso e gradualista; por isso, tenho receio do retorno do 'paloccismo'.”

O deputado federal eleito e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT) criticou Genro pelas declarações. “Nunca houve a era Palocci. A política econômica sempre foi uma decisão do presidente Lula e não acredito que Tarso Genro possa fazer qualquer reparo na política econômica do presidente Lula, que tem sido vitoriosa”, disse Palocci, logo após votar, em Ribeirão Preto. (Com AE)



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